Passos perde 40% de militantes activos

A militância activa no PSD caiu drasticamente desde que Pedro Passos Coelho chegou ao poder no partido. De 2010 para este ano, o número de militantes que pagam regularmente as quotas desceu 40%.

Nas directas em que Passos Coelho foi eleito, em 2010, havia 78.900 militantes com as quotas em dia. Nas últimas directas, dia 25, já só havia 46.430. Os números foram publicados no jornal oficial do PSD, o Povo Livre.

A queda já tinha sido acentuada na primeira reeleição de Passos, em 2012, altura em que os militantes que mantinham uma ligação próxima ao partido eram 53.270.

Os números sobre a militância activa são actualizados cada vez que há eleições directas, uma vez que, para votar, os militantes têm de ter as quotas em dia. Estas quotas no PSD são de 12 euros anuais e de 6 euros na JSD.

Em contrapartida, o boom mais recente no interesse dos militantes registou-se nas eleições directas de 2008, em que houve quatro candidatos (passaram de 63.035 para 77.090). Manuela Ferreira Leite ganhou as eleições e Passos ficou em segundo.

Ainda na semana passada, em declarações à Lusa, o ex-autarca de Cascais António Capucho dizia conhecer muitos militantes zangados com o partido e que, por isso, “nem se dão ao trabalho de pagar a quota, nem se dão ao trabalho de ir às reuniões do partido, porque é perfeitamente inútil”. E esta semana, no Facebook, voltou à carga, apelando a que a actual direcção, “em vez de fazer o mesmo que as avestruzes”, encare os dados “racionalmente” e procure “soluções para a regeneração do PSD”.

O secretário-geral do PSD, José Matos Rosa, porém, considera que os actuais níveis da militância activa “só devem ser comparados com os de outros momentos de eleição directa só com um candidato”, o que tinha acontecido pela última vez em 2006, com Marques Mendes. Na altura, havia 55.486 militantes activos, um número mesmo assim superior aos actuais 46 mil.

helena.pereira@sol.pt