Mais aventureiro do que o anterior Chromatic, com texturas e nuances sonoras a fazer sobressair a maior complexidade deste segundo longa-duração, Diffraction/Refraction revela uma banda ousada, que no acto de composição se obrigou a ser mais desafiadora consigo própria. “No Chromatic as coisas são mais lineares e, desta vez, quisemos trabalhar melhor as estruturas e os arranjos, alguns subtis, outros não, das canções. Nesse sentido foi mais difícil fazer este trabalho, não no sentido criativo, isso fluiu muito bem, mas porque ambicionámos ser melhores”, explica Salvador, que, ao lado de Afonso Cabral, Tomás Sousa, João Gil, Luís Costa e David Santos (mais conhecido como Noiserv) formam os YCWCB.
Este desejo de aperfeiçoamento conduziu a banda, igualmente, a criar um disco “menos imediato” e essa sensação tem sido comprovada dia-a-dia. “Nós sabemos que o álbum tem coisas menos óbvias e quem nos ouve desde o início também tem comentado isso”, diz David, reforçando, porém, que quando se gosta de algo inesperado, se calhar, “também nos ligamos mais a isso”. Ao lado, Salvador concorda com a cabeça. “Para mim, os discos que não são tão imediatos, de que só se começa a gostar à segunda, terceira ou quarta audição, são os discos que se tornam sempre os meus preferidos”.
Depois de um concerto no CCB quase esgotado, os YCWCB preparam-se para uma mini-residência no Musicbox, em Lisboa, de 20 a 22 de Março. Foi ali que gravaram o teledisco de ‘After December’, o segundo single retirado de Diffraction/Refraction, e se o ambiente de festa que se vê no vídeo se transportar para estas três noites, pode dizer-se que a aposta está ganha, até porque os YCWCB estão na rota ascendente do sucesso.