Pingo Doce vai abrir lojas em franchising

O Pingo Doce, detido pela Jerónimo Martins, vai apostar num formato semelhante ao franchising para continuar a expandir a rede de lojas em Portugal.

“Vamos continuar a crescer, agora com uma filosofia um pouco diferente. Todo o crescimento fora da Grande Lisboa e do Grande Porto será feito com parcerias locais, num sistema de franchising”, avançou quinta-feira o presidente do conselho de administração do grupo, Pedro Soares Santos, na inauguração do novo centro de distribuição da retalhista, no Algarve.

Actualmente, existem já três lojas com este modelo e o objectivo da companhia é abrir mais 50 nos próximos cinco a seis anos. A maioria das 10 aberturas anuais previstas para o período 2014-2016 seguirá esta estratégia.

“A certa altura, é bom que nos liguemos mais às comunidades locais”, justificou, frisando que haverá diferenças face a um franchising tradicional. Uma delas é a inexistência de pagamentos de royalties à Jerónimo Martins pela utilização da marca Pingo Doce.

“Dividimos a lucratividade do negócio”, garantiu, acrescentando também que “haverá um investimento partilhado” nos cinco a seis milhões de euros que custa uma loja Pingo Doce.

“A Jerónimo Martins fornece uma parte e os investidores fornecerão outra. Terão também linhas de financiamento garantidas e nós seremos os credores dessas linhas”, especificou Pedro Soares dos Santos, durante a apresentação do novo centro de distribuição que o grupo português tem a funcionar desde meados de Janeiro em Algoz, Silves.

Novo centro logístico a Sul

Com um investimento de 27 milhões de euros, a nova plataforma abastecerá os 35 espaços da Jerónimo Martins -29 Pingo Doce e seis cash & carry Recheio – no Alentejo e no Algarve.

A nova infra-estrutura criará 220 empregos e permitirá poupar 2,5 milhões de euros em transportes. Deverá ser complementada com uma fábrica de massa fresca dentro de dois anos – faz parte de um investimento que o grupo está a fazer para reorganizar as suas bases logísticas.

Nos próximos três anos, a companhia prevê aplicar entre 100 a 120 milhões de euros em mais centros de distribuição, que substituirão a actual rede de 11 entrepostos que o grupo tem em todo o país. No final deste ano ou início de 2015 deverá abrir um no Grande Porto. E está previsto ainda outro, cuja localização Pedro Soares dos Santos não especificou, que se somam aos de Lisboa, na Azambuja, e do Algarve.

Pedro Soares dos Santos prometeu ainda novidades para “daqui a um mês ou dois” relativamente a investimentos em Portugal fora da área do retalho, o que poderá estar relacionado com a intenção já confirmada pelo grupo de entrar na agricultura.

ana.serafim@sol.pt

* no Algarve a convite da Jerónimo Martins