É, portanto, um ciclo intenso e a opinião entre os dirigentes sociais-democratas é a de que Passos Coelho devia fazer uma profunda remodelação na cúpula da direcção para tornar o partido mais combativo.
Um dos nomes que volta a ser posto em cima da mesa como reforço do passismo é o do barrosista José Matos Correia, ex-chefe de gabinete de Durão Barroso em S. Bento, actualmente deputado e presidente da Comissão de Defesa. Este nega o convite, mas o SOL_apurou que Passos Coelho já o incluiu na nova lista da direcção que irá a votos no Congresso.
E o facto é que há lugares vagos para preencher na direcção do PSD. Actualmente, Passos tem cinco vice-presidentes: Marco António Costa, Jorge Moreira da Silva, Nilza Sena, Teresa Leal Coelho e Pedro Pinto.
Manuel Rodrigues pediu para deixar uma das vice-presidências quando foi chamado para secretário de Estado das Finanças no final de 2012 e o seu lugar nunca chegou a ser ocupado. Outro lugar que pode estar em risco é o de Nilza Sena, apontada como uma das vice-presidentes mais apagadas e sem ligação ao partido.
“Vai ser necessária uma direcção mais combativa”, afirma ao SOL um ex-dirigente do PSD. Passos já deu sinais de que, desta vez, quer fazer as coisas de outro modo. Na campanha interna para as directas, o presidente do partido fez um périplo mais intenso pelas bases, em oposição ao que se passara dois anos antes em que deixou o partido para segundo plano. “Tem sentido ter a máquina do partido montada para o desafio fundamental que são as legislativas”, frisa fonte social-democrata.
A vice-presidente Teresa Leal Coelho, por seu lado, diz que esse é um “assunto sagrado” e que só o líder do PSD saberá a resposta.
Greves, desemprego e menos deputados
Esta semana terminou o prazo para a entrega das moções sectoriais ao Congresso. Limitações ao direito à greve, desemprego, retorno da negociação colectiva e reforma do sistema político são alguns dos temas que vão a debate no Congresso.
O PSD-Lisboa, por exemplo, defende que não possa haver greves de transportes em hora de ponta. Os TSD apontam a importância da negociação colectiva e pedem soluções para os desempregados mais velhos e de longa duração que já perderam o direito a qualquer subsídio.
A JSD propõe a redução do número de deputados para 200 e apenas um mandato para o Presidente da República.
Já o PSD-Porto vem apoiar o Governo na questão dos fundos comunitários, demarcando-se da guerra que o autarca Rui Moreira está a mover ao Executivo.