“Vai ser um calendário hostil, uma campanha duríssima, tudo ou quase tudo está contra nós. Mas, apesar das dificuldades, vamos ganhar, vamos vencer”, afirmou. Será “uma missão de curto prazo e de grande alcance: ganhar as eleições europeias”, insistiu para júbilo dos congressistas.
Enérgico com o PS, Rangel acusou Seguro de “tacticismo” e “populismo light e delicodoce” e pediu aos portugueses que não vão atrás dos “cantos de sereia” dos socialistas porque estes, a seu ver, terminam sempre “em cantos do cisne”.
Fazendo um discurso de campanha, o candidato da lista conjunta PSD e CDS afirmou que as hesitações de António José Seguro “não podem pôr em risco a vida e o bolso dos portugueses” e desafiou-o a dizer o que pensa da saída do programa de resgaste. “Não podem andar a brincar aos cautelares e às saídas limpas. Desafio a dizer o que pensam e o que querem”, atirou.
“Insto o líder do PS a ter menos tacticismo, manobrismo , menos apetite pelo populismo”, afirmou, suscitando enormes aplausos na sala. “As eleições não vão ser um teste à coligação PSD-CDS mas à liderança hesitante do PS”.
Rangel tinha sido apresentado minutos antes como candidato por Passos Coelho, que destacou o facto deste “grangear de um enorme prestígio no Parlamento Europeu”. “Foi um grande cabeça-de-lista, fez uma grande campanha e não tenho dúvidas que vai fazer este ano igualmente uma grande campanha”, acrescentou Passos, levantando a sala.
A apresentação do nome de Rangel foi uma das novidades do Congresso esta tarde. O acordo para que o actual eurodeputado continuasse em Bruxelas foi selado entre Passos e Rangel no início de Dezembro, mas o anúncio foi protelado. Esta semana, dirigentes do PSD admitiam que a divulgação do cabeça-de-lista não tivesse lugar já no Congresso.
O caminho para a apresentação do nome Rangel foi feito também por Luís Filipe Menezes, a pessoa que teria mais razões de queixa em relação ao eurodeputado. Apoiantes de Menezes acusaram nos últimos meses Rangel de ter prejudicado a sua candidatura falhada ao Porto por causa da polémica sobre a lei de limitação de mandatos. Rangel defendeu sempre que Menezes não podia candidatar-se a um quarto mandato consecutivo. O Tribunal Constitucional haveria de dar razão ao ex-autarca de Gaia, em cima da campanha eleitoral.
“Eu escolheria para cabeça-de-lista para o Parlamento Europeu Paulo Rangel”, garantiu Menezes, quando foi falar ao púlpito, garantindo que não se move por “qualquer revanche”.
Estava aberto o caminho para uma candidatura ‘limpa’ de Rangel.