Pelo palco do Congresso, até às 17h de sábado, passaram vários militantes e dirigentes locais, antes dos ditos barões. Jorge Braga de Macedo chamou-lhe um “sábado gordo em orange city, que alegria”, mas o entusiasmo seguia comedido. As críticas apareciam tímidas.
Os autarcas não gostam de ouvir Passos Coelho dizer “que se lixem as eleições”. Um delegado alertava para que ninguém ficasse para trás “na carruagem da solidariedade social”. O fecho de tribunais preocupa o interior.
“Não se pode reduzir tudo a números”, sustentava um congressista, em defesa da manutenção do tribunal de Boticas, um dos que vai fechar com a reorganização da ministra da Justiça. Hoje em dia, explicou, já há quem gaste “150 euros de táxi para ir ao tribunal”.
“Eu estou farto de ouvir gente a falar de economia todos os dias!”, desabafava no púlpito um congressista, de 81 anos, e que animou por algum tempo a plateia, furando o tempo previsto de três minutos com a complacência do presidente da mesa do Congresso, Fernando Ruas.
O aplauso curioso a Mário Soares, esse, ocorrera sexta-feira à noite durante o discurso de Passos. Na evocação do 25 de Abril, o primeiro-ministro nomeou várias pessoas que lutaram pela democracia e, entre os socialistas, elegeu Mário Soares e Zalgado Zenha. Os militantes esqueceram o Soares da Aula Magna dos últimos meses e não se coibiram em seguir alegremente o líder.