Nomeações políticas reinam na Madeira

A lei que obriga a fazer concursos públicos no Estado ainda não foi aplicada na região. Dirigentes da administração pública podem ficar em funções até final de 2015.

Directores regionais, subdirectores regionais, directores de serviços, chefes de divisão e inspectores regionais são cargos dirigentes da administração pública que, ao abrigo das novas regras da legislação, devem ser ocupados por concurso público.

Contudo, na Madeira, a lei não só não foi adaptada à região como não foi criada a respectiva Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública Regional (CRESAPR). Segundo o que tem sido publicado no Jornal Oficial, as várias secretarias regionais têm optado por nomear os actuais dirigentes «em regime de substituição».

Enquanto não surge a adaptação da lei nacional às «especificidades orgânicas do pessoal dirigente regional», as várias Secretarias Regionais, através de despachos, à medida que cessam as respectivas ‘comissões de serviço’, têm mantido no exercício de funções os actuais titulares. Ou seja, pessoal da confiança política do actual Executivo.

É o que já aconteceu com João Machado nos Assuntos Fiscais, Rui Gonçalves na Direcção do Tesouro ou Ricardo Rodrigues no Orçamento e Contabilidade, por exemplo.

Aconteceu o mesmo com os inspectores regionais do Trabalho, Benício Nunes; das Actividades Económicas, Valentim Caldeira e de Finanças, Valério Souza. A presidente e vogais do Instituto de Administração da Saúde, Ana Nunes, também foi mantida no cargo «até à designação definitiva de novos titulares».

Em Outubro de 2015 há eleições regionais, pelo que o Governo de Alberto João Jardim tem usado da faculdade legal de protelar a abertura de concursos de provimento até 31 de Dezembro de 2015. Os vários departamentos regionais acolhem perto de uma centena de quadros dirigentes de topo.

A nível nacional, o novo organismo criado para recrutar e seleccionar os dirigentes superiores -a CRESAP, presidida pelo madeirense João Bilhim – já está a desenvolver o seu trabalho e a escolher os novos dirigentes.

Contactada pelo SOL para saber quando será criada a CRESAP Madeira e quando serão lançados os concursos, a Secretaria Regional do Plano e Finanças remeteu o assunto para a Vice-presidência do Governo Regional, mas confirmou que já terá sido remetido à Assembleia Legislativa da Madeira o diploma.

O SOL apurou que dos próximos 120 diplomas agendados para discussão em plenário, nenhum é o que adapta o novo estatuto do pessoal dirigente à Região.

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