O Presidente da República marcou hoje as eleições Europeias para o dia 25 de Maio e aproveitou para deixar um recado claro aos partidos: é preciso uma campanha “serena” que não coloque em causa futuros acordos entre maioria e PS.
“A crispação partidária poderá prejudicar entendimentos que se poderão revelar indispensáveis no futuro”, afirmou esta noite Cavaco Silva, numa alusão aos acordos entre os partidos da maioria, PSD e CDS, e PS para uma estratégia pós-troika.
Cavaco Silva apelou aos partidos para que conduzam a campanha às eleições Europeias de forma “esclarecedora, serena e elevada”, recusando “querelas artificiais e controvérsias estéreis”, uma vez que a campanha eleitoral decorrerá num “momento de complexidade nacional”.
Em vez de se focarem em “acusações e ataques”, os partidos devem concentrar-se no “debate de ideias”, segundo o Presidente da República, uma vez que os portugueses têm “o direito de ser esclarecidos” sobre as questões europeias que são “demasiado sérias”.
O Chefe de Estado chamou, ainda, a atenção para a importância das eleições Europeias: “O futuro da Europa é o futuro de Portugal”. Por isso mesmo, Cavaco apelou ao voto de todos os portugueses que têm “o direito e dever de fazer ouvir a sua voz” nas instituições europeias.
O Presidente da República tem feito sucessivos apelos aos partidos do arco da governação para que se entendam e voltou hoje a insistir num consenso. Contudo, o Secretário-Geral do PS, António José Seguro, já afirmou, após uma reunião esta semana com o Primeiro-Ministro, Passos Coelho, que existem “divergências insanáveis” sobre a estratégia para equilibrar as contas públicas. As trocas de acusações entre os partidos também têm sido mais visíveis nas últimas semanas com os cabeças-de-lista às Europeias, o socialista Francisco Assis e o social-democrata Paulo Rangel, a subirem o tom nas últimas declarações públicas que fizeram.
Actualizada às 20h47