Esses eram os tempos…

Quando eu e um grupo de amigos surgimos como equipa de relações públicas e promoção na noite portuguesa, cedo demos nas vistas e não havia discoteca, bar, festa ou outro evento que não nos contactasse para tratarmos da divulgação e comunicação dos mesmos. Assinatura nossa era sucesso garantido.

Estávamos associados a grandes enchentes mas também a um público bonito, cuidado e alocado ao social lisboeta e da Linha. Éramos interpelados para angariar clientes para companhias telefónicas que nos pagavam e nos ofereciam viagens e telefones, marcas de roupa pediam-nos uma oportunidade para apresentar os seus kits, éramos patrocinados por televisões, marcas de automóveis, produtos alimentares e marcas de bebidas.

No Inverno fazíamos épocas nos espaços da moda e chegado o Verão seguíamos para o Sasha e para o Tamariz.

Foi precisamente nesta discoteca ‘à beira-mar plantada’ que vivemos alguns dos momentos mais fantásticos e que proporcionámos algumas das experiências inolvidáveis para uma geração que nos seguia desde o BBC.

Eram quintas-feiras quentes aquelas em que milhares (sim, milhares!) se encontravam nos bares que circundavam o Casino, prontos para absorver os conceitos que tínhamos para lhes apresentar. Na verdade pouco importavam os nomes dos djs ou a temática da festa. As três portas por vezes eram insuficientes para tanta multidão e muitos voltavam para casa desiludidos após horas na fila.

A estrutura da discoteca era extremamente profissional mas mesmo essa por vezes sucumbia. Ficou uma frase célebre na altura: ‘Se sentires que perdeste o controlo da festa então é porque está a ser um sucesso!’. Foi ali que recebemos a Charlotte do Mónaco e tantos outros famosos que vinham tentar perceber que fenómeno era este!

No meio de toda esta fermentação de sentimentos e emoções, sobressaiu sempre um nome. Gonçalo Barreto. Um dos concessionários e das pessoas mais honestas e profissionais que conheci até hoje. Neste meio é difícil encontrarmos alguém com esta capacidade e quando temos essa sorte devemos referi-lo. As pessoas por vezes entregam à sorte um mérito que de sorte nada tem. É por isso que tenho saudades desses tempos no Tamariz!

Sugestões

Club:
Tresor ( Berlim, Alemanha)

Músicas:
‘Crossing Borders’ (feat. Fritz Kalkbrenner) – Booka Shade
Exual Groove (Original Mix) – Freakme