E depois do adeus?

Sou do tempo em que passávamos a semana toda ansiosos para que chegasse o dia do Festival da Eurovisão. O tempo em que a Espanha nos dava sempre pontos e vice-versa, em que os países nórdicos se defendiam, em que ainda apareciam alguns cantores de qualidade e músicas de sucesso, já no fim da fase…

Passados 20 anos desses mesmos tempos é caso para perguntar, como o fado de Ana Moura: ‘Onde foi que nos perdemos, o que foi que aconteceu?’.

O que se passou este ano foi mau de mais para ser verdade: a vergonha alheia em estado puro. E não teve contornos ainda mais assustadores porque a ‘desfolhada’ hospedeira da Emirates que nos representou – de nome artístico Susy – e o seu fiel ‘Sancho Pança’ Emanuel, foram acompanhados de interpretações igualmente pavorosas de outros países europeus.

Mas, no fundo, se ouvirmos com atenção a nossa história mais recente nesse mesmo Festival, facilmente percebemos para onde caminhamos e como chegámos até aqui.

Sem querer entrar nos rumores sórdidos de falsificação das votações, que só vêm apimentar ainda mais a situação, basta ouvir 30 segundos da música para perceber que nada daquilo faz sentido, nem o timbre vocal nem os tempos e muito menos a letra.

Estivemos alguns anos arredados do Festival da Canção e percebe-se porquê: acho que era altura de repensarmos o formato de tudo isto. Embora já ninguém ligue ao que se passa neste festival de música ‘pimba’, são as cores portuguesas que acabam por ser enxovalhadas quando não existe razão para tal.

Basta dar uma olhada em tantos programas de qualidade que a televisão portuguesa tem hoje em dia sobre música, os talentos que começam a despontar em Portugal e os músicos de eleição da nossa praça para que se tome uma decisão.

Caso para dizer: ou mudas ou ‘addio, adieu, auf wiedersehen, goodbye…’!

Sugestões :

Clube: Matahari (Indaial, Brasil)

Músicas:
-Pushing On (Original Mix) – Oliver $ & Jimi Jules
-Hausch (Original Mix) – Andhim