Dívida é ‘sustentável’ desde que reformas se mantenham

O Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse hoje que embora a dívida pública de Portugal “permaneça elevada é sustentável, desde que a dinâmica de reformas se mantenha”.

A pouco mais de um mês da saída da troika, Durão Barroso disse que vinha “trazer uma mensagem da Europa de solidariedade e esperança a Portugal”. Barroso falava na abertura da Conferência “Portugal: Rumo ao crescimento e emprego. Fundos e Programas Europeus: solidariedade ao serviço da economia portuguesa”.

Durão Barroso disse mesmo que se Portugal não estivesse no seio da União Europeia, a crise “tinha sido ainda mais grave”. Sem a “solidariedade concreta” da União Europeia, que se traduziu de 2007 a 2013 em 21,5 mil milhões de euros, ou seja 68% de investimento público em Portugal, Portugal não teria muito do que tem hoje, como hospitais, escolas e infraestruturas. “Essa solidariedade nunca faltou em Portugal. Transformou Portugal num país melhor. Sem essa solidariedade estou convencido que Portugal não seria o que é hoje”, concluiu.

Barroso aproveitou também para elogiar o Governo de Pedro Passos Coelho, representado em peso nesta Conferência – esteve presente o Primeiro-Ministro, o Vice-Primeiro-Ministro, Paulo Portas, o Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Poiares Maduro, o Ministro da Economia, Pires de Lima, a Ministra da Agricultura, Assunção Cristas e o Ministro do Emprego, Pedro Mota Soares. “Quero prestar homenagem ao esforço de todos os portugueses e nomeadamente do Governo e do Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho nas reformas feitas e em curso”, afirmou.

Segundo Barroso, será “imprescindível que todo o país tenha uma visão estratégica e consensual” de modo a ultrapassar a crise e lançar as bases para um crescimento sólido, cuja “prioridade” deve ser a criação de emprego.

Apesar do esforço de Portugal, Durão Barroso referiu que alguns países na Europa consideram que a solidariedade “é uma despesa que se poderia prescindir”. Estão “errados”, disse Barroso, frisando que é preciso “responsabilidade, mas também “solidariedade”.

Solidariedade foi, aliás, a palavra mais sublinhada pelo Presidente da Comissão Europeia ao longo do seu discurso: “A Comissão Europeia é um parceiro inequívoco de Portugal, sempre esteve e estará ao lado de Portugal. Solidária.” E para o provar, Durão Barroso notou a presença nesta Conferência de oito membros da Comissão Europeia, responsáveis pela gestão dos principais fundos e programas europeus, que serão fundamentais para o Portugal no pós-troika.

sonia.cerdeira@sol.pt