“Vamos ter uma campanha modesta, mas digna”, diz ao SOL o director de campanha, o eurodeputado Carlos Coelho, referindo que a coligação prevê gastar 700 mil euros: “Temos consciência de que é preciso contenção e que, num momento de crise, ninguém perceberia que gastássemos muito dinheiro numa campanha”.
“Vamos gastar menos de metade do que os dois partidos gastaram na última eleição”, adianta o eurodeputado, referindo-se ao facto de a coligação ter entregue no Tribunal Constitucional um orçamento de 855 mil euros, quando em 2009, o PSD indicava gastos de 2,2 milhões – o partido que à data previa gastar mais -, e o CDS apontava para 477 mil euros.
Contudo, a estratégia de dispensar os cartazes não foi consensual entre todos os candidatos da lista e mesmo dentro dos partidos. “Havia quem considerasse que os cartazes eram muito relevantes e outros que não eram sustentáveis. E acabou por vencer a opinião de que não era sustentável”, admite Carlos Coelho, que também integra a lista da coligação ao Parlamento Europeu.
O facto de os cartazes serem uma forma de poluição visual, mas principalmente uma opção mais cara pesou na decisão. É que para se ter uma campanha relevante – com cartazes nas capitais de distrito e na maioria dos concelhos – seria necessário rebentar o orçamento estipulado. “Há candidaturas mais ricas e outras mais modestas que não se podem dar a esse luxo”, garante o candidato.
Acções junto das populações
A aposta da coligação vai ser, por isso, numa campanha de proximidade, através de contacto local com conferências, debates e iniciativas junto da população, acções que arrancam já no início de Maio: “Vamos tirar partido de termos candidatos de várias regiões do país”.
A habitual volta nacional com o cabeça-de-lista Paulo Rangel e o primeiro candidato pelo CDS, Nuno Melo, será mais intensa nas últimas três semanas antes das eleições e estarão sempre acompanhados pelos restantes candidatos da respectiva região por onde a campanha passe.
Por outro lado, a coligação quer aproveitar as redes sociais como veículo privilegiado de informação para os eleitores acompanharem os candidatos. A Aliança Portugal vai ter um site próprio bem como uma página no Facebook e contas no Twitter e no Instagram. Além disso, haverá distribuição de alguns panfletos e uma aposta nos tempos de antena.
Mais relevantes que os outdoors são os debates televisivos, na opinião de Carlos Coelho: “Preocupa-me mais que os debates não existam porque é aí que há oportunidade de um debate de ideias e os eleitores percebem as diferenças programáticas”. Mas as três televisões já avisaram que, sem alteração da lei eleitoral – que acabou por não existir a tempo das eleições de 25 de Maio -, não haverá debates.