Além do Governo, o líder sindical criticou a troika, que apelidou de “verdadeiros agiotas” que “não se preocuparam com os portugueses” e com os direitos na Constituição. “Sempre batemos o pé à troika”, sublinhou, lembrando que foi a Washington confrontar o FMI.
“A troika tem tido uma postura cruel, negra e desumana”, mas o Governo é igualmente responsável, pelo aumento do desemprego e da emigração, pelo corte de direitos.
Lembrando a história da central sindical, Carlos Silva afirmou que “a UGT está orgulhosa dos acordos que celebrou e das greves que convocou”. O líder sindical recordou também a batalha pela democracia sindical, afirmando que a criação da UGT foi “um grito contra o totalitarismo surgido no pós-25 de Abril chamado unicidade sindical”.
A criação de uma nova Contribuição de Sustentabilidade, que vem substituir a CES, levou Carlos Silva a dizer que se baterá pelo direito dos trabalhadores à segurança social, denunciando tentativas de “esbulho” e de “roubo” que ameaçam direitos sociais.
A subida da TSU, ontem anunciada, levou-o a ironizar: “em vésperas de primeiro de Maio, será um presente do Governo aos trabalhadores”. Quanto ao aumento do IVA, Carlos Silva julga que “poderá ser a machadada final no sector da restauração”.
O Tribunal Constitucional foi também referido no discurso proferido perante milhares de pessoas, junto à Torre de Belém, em Lisboa. “Aguardemos que o Tribunal Constitucional reponha a verdade em relação à CES”, declarou Carlos Silva, sobre o processo de fiscalização da constitucionalidade, pendente no Palácio Ratton.