Partindo dessa premissa, avancei então para uma noite de música ao vivo no Cais do Sodré, mais propriamente no Sabotage, onde duas bandas trataram de animar a rapaziada. O primeiro grupo andava por sons mais calmos, mas o vocalista tinha um tique um pouco irritante de falar no ‘eu isto’, ‘eu aquilo’, enquanto os restantes músicos apenas existiam para fazer de ‘verbo de encher’. Como estava com o meu irmão mais velho, ele sim, um fanático do rock, achava piada a tudo, até aos agradecimentos finais que alguns dos músicos fizeram aos pais, que também estavam na plateia. A segunda banda caracterizava-se por ser bem mais agressiva e por o vocalista se comportar como se estivesse no palco de um grande estádio. Tinha graça por isso e não falava no ‘eu’.
As bebidas eram a um preço simpático, imperiais a dois euros e whiskies a cinco, e os empregados bastante eficientes e atentos. Ao fim de algum tempo rumámos para outras paragens, onde uma amiga ajudava a fazer a festa. Estava cansado e com vontade de ir para casa, mas tinha-me comprometido e não podia falhar. Também ali os sons não eram os meus preferidos, mas acabámos por passar mais de duas horas bem divertidas, sem nos preocuparmos muito com os outros. Dançámos, falámos e bebemos. Depois partimos para o Lux, onde chegámos numa altura em que tudo parecia querer voar. Encontrámos a nossa pista e por lá ficámos durante algum tempo. A música agradava-me e o ambiente, ao contrário da opinião de alguns dos meus companheiros de viagem, também me parecia bastante simpático. Enquanto gozávamos uns com os outros, e tentávamos chegar ao bar, deparámo-nos com outros amigos. Como é sabido, por vezes, no final da noite as coisas aceleram muito rapidamente. E foi dessa forma que vimos um dos nossos partir para ir tomar o pequeno-almoço a um dos hotéis mais charmosos de Lisboa. Contou-nos que adorou e que os estrangeiros nem deram por eles. É essa a magia da noite….
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