PS: Manifesto para as Europeias também serve para legislativas

O PS apresentou hoje o manifesto eleitoral para as eleições Europeias mas este é também um ensaio para as próximas legislativas. “O que [o PS] propõe para a Europa é o que propõe para o país”, garantiu o cabeça-de-lista, Francisco Assis.

Num discurso muito duro para a maioria e Governo, que acusou de ser “o mais extremista” em nome de uma “austeridade excessiva e patológica”, Assis contrapôs sempre que é o PS que vai significar uma “ruptura”. “Remover uma maioria e substituir por outra. É isso que vai estar em causa: mudar de maioria no Parlamento Europeu. Será um verdadeiro sobressalto democrático na vida europeia”, garantiu o cabeça-de-lista do PS, que sublinhou que só assim poderá haver mudanças nas políticas seguidas pela Europa.

Para que haja uma mudança nas “instituições bafientas”, regidas por uma “direita historicamente insensível às questões sociais”, Assis pediu uma vitória clara dos socialistas e também do candidato dos socialistas europeus à Comissão Europeia, Martin Schulz, que esteve anteontem, em Lisboa, numa acção de campanha do PS.

Assis acusou o Governo de ir além da troika e frisou o “fracasso da maioria” – “basta ver os indicadores económicos e sociais”, “aumentou as tensões sociais, aumentou a pobreza”. E adiantou que “a primeira ruptura” que tem que ser feita pelo futuro governo socialista é “lutar na afirmação dos nossos interesses”. “Não podemos aceitar o estatuto de país que age sempre na subserviência acrítica”, disse.

As atenções estiveram sobre a Europa mas os olhos estiveram sempre postos no futuro. “A obrigação de cada representante, como será, no futuro, a obrigação do governo português, do governo socialista” será a da exigência no relacionamento com os parceiros europeus. “Vamos estar na Europa com exigência”, concluiu Assis.

Francisco Assis assumiu que esta é uma “campanha da maior importância” e seguiu no ataque ao adversário mais directo: a coligação “Aliança Portugal” do PSD/CDS. Para o socialista, a maioria vai actuar através de “propaganda” com um “discurso afastado da realidade” mas “já não tem a mais pequena credibilidade”.

sonia.cerdeira@sol.pt