Quem canta os vivos espanta: 5 discos póstumos

O segundo disco póstumo de Michael Jackson, à venda dia 13, é mais um capítulo da edição (e do aproveitamento comercial mais ou menos descarado) de gravações que estavam no baú de artistas finados. Aqui fica uma lista de outros trabalhos do além.

Pearl – Janis Joplin 

Aos 27 anos, a heroína levou uma estrela em ascensão. A voz poderosa de Janis Joplin tinha brilhado (apesar da droga e do álcool) no Festival de Woodstock, em 1969, ano em que se estreou em nome próprio em disco. No início de 1971, três meses após a sua morte, Pearl (como os amigos tratavam a cantora texana) é lançado e chega a número um do top dos EUA. Joplin tinha gravado todos os temas, excepto um, que ficou instrumental.

Black Beauty – Love 

O grupo psicadélico da Califórnia não teve enorme popularidade à época, mas influenciou outros músicos e hoje Forever Changes, de 1967, está nas listas dos melhores discos. O vocalista, Arthur Lee, morreu em 2006, vítima de leucemia. Black Beauty, gravado em 1973, viu a luz do dia só em 2011.

Coda – Led Zeppelin 

A morte de John Bonham – considerado um dos melhores bateristas de sempre – foi também o dobre a finados da famosa banda de rock. Os restantes três elementos, Robert Plant, Jimmy Page e John Paul Jones, cedo anunciaram o fim do grupo (apesar de pontuais regressos em 1985, no Live Aid, e em 2007, aqui com o filho de Bonham, Jason, na bateria). Dois anos após a morte por asfixia de Bonham, sai Coda, conjunto de originais gravados entre 1970 e 1978.

Closer – Joy Division 

Em Maio de 1980, poucas semanas após a gravação de Closer, o vocalista e compositor Ian Curtis suicidava-se. Dois meses depois, o disco é publicado, tendo como capa uma fotografia de um sepulcro. As críticas da especialidade são laudatórias e ao longo dos anos Closer torna-se uma referência. O grupo inglês terminou com a morte do depressivo líder, mas o trio sobrevivente criou com sucesso os New Order.

Made in Heaven – Queen 

Rezam as crónicas que nos últimos meses de vida Freddie Mercury gravou o máximo que pôde, ciente da sua doença. Dois anos depois da morte do cantor, em 1993, Brian May, John Deacon e Roger Taylor reuniram-se em estúdio para terminar as canções. Mas o material era insuficiente, pelo que acabaram por recuperar dos arquivos canções desde o final dos anos 70 até à última gravação de Mercury, datada de Maio de 1991. Made in Heaven foi publicado em 1995 e foi um sucesso de vendas no Reino Unido e na Europa.

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