Sevilha sorri às custas de Cardozo e Rodrigo

O Sevilha conquistou a terceira Taça UEFA às custas de um Benfica muito perdulário, que perdeu a sua oitava final europeia seguida. No desempate nas grandes penalidades, Cardozo primeiro e Rodrigo depois entregaram o título aos espanhóis. Beto defendeu os dois penáltis e é o heroi de Turim.

Sevilha sorri às custas de Cardozo e Rodrigo

Veja a fotogaleria da final da Liga Europa: em Turim e em Lisboa

Não é a maldição de Guttmann, mas a falta de jeito de Cardozo e Rodrigo – o paraguaio e o hispano-brasileiro não bateram Beto, o guarda-redes português do Sevilha que virou herói andaluz, depois de um empate sem golos que teimou durante os 90 minutos e depois no prolongamento.

O antigo treinador húngaro do Benfica venceu duas Taças dos Campeões pelo Benfica em 1961 e 1962 – nas oito finais seguintes, o clube perdeu-as todas – só a Juventus tem tantas finais perdias quantas o emblema português. O Sevilha é mais eficaz: nas três finais da Taça UEFA que disputou, venceu-as todas.

Esta quarta-feira, o Benfica foi mais perigoso a espaços. O Sevilha entrou melhor e mandou nos primeiros 40 minutos. Até que Jesus deu um toque na equipa – já tnha perdido Sulejmani por lesão, colocou André Almeida e abriu o peito.

Os andaluzes recuaram e foi aqui que o Benfica passou a mandar. Maxi Pereira apareceu isolado frente a Beto, não acreditou na sorte e atirou contra o boneco. Logo a seguir foi Gaitán, deixou-se deslumbrar e falhou isolado.

Na segunda parte o mesmo filme. O Benfica carregou, Lima falhou, isolado por Maxi Pereira. O Sevilha tentava os contra-ataques, sempre pela batuta de Rakitic. Chegava-se com algum perigo, mas a falta de jeito de Bacca e companhia e as mãos de Oblak resolviam os problemas.

As pernas iam faltando. O jogo arrastou-se para prolongamento e aí, sem forças, as duas equpas renderam-se ao cansaço e à sedução dos penáltis.

Aqui foi mais frio e feliz o Sevilha.

Pesou a história. E as palavras de Guttmann? Essas não se referiam a esta competição. Os penáltis na final com o PSV em Estugarda, em 1988, pesaram – o penálti de Veloso parece ter sido imitado. Por Cardozo com o pé esquerdo. Por Rodrigo também com o esquerdo. As mãos foram de Beto.

O Sevilha sorriu às custas de um Benfica perdulário.

 

Veja aqui a história do jogo e dos penáltis:

120 (Penáltis) – Lima -1/Bacca – 1/Cardozo – X/Mbia – 1/Rodrigo – X/Koke – 1/Luisão – 1/Gameiro – 1

120 (Penáltis) – Benfica com Oblak na baliza, enquanto no Sevilha será Beto a tentar deter os remates dos jogadores benfiquistas.

120 (Penáltis) -Registo histórico dos dois clubes nos desempates por penáltis:

Sevilha, em quatro, ganhou 3 e perdeu um jogo.

Benfica, em quatro, ganhou 2 e perdeu outros dois.

120 – Jogo muito pausado devido ao cansaço dos jogadores.

110 – Entra o português Diogo Figuerias, saiu Vitolo.

104 – Sai Marin, que tinha entrado na segunda parte, e entra Kevin Gameiro.

101 – Bacca é isolado por Rakitic e, sem pernas, remata forta mas ao lado.

O jogo vai para prolongamento, apesar de o Benfica ter andado mais perto do golo do que o Sevilha, que foi ecuando com o andar do tempo. Muitos jogadores dos dois lados mostram sinais de cansaço.

Fim do tempo regulamentar.

Minuto 84 – Lima tenta o remate de longe e obriga Beto a uma defesa de recurso para canto. Na sequência Garay quase marca de cabeça.

Minuto 79 – Sai Reyes entra Marin.

Minuto 60 – O jogo está partido, aberto, e as ocasiões surgem nas duas áreas, embora com mais coração do que técnica. Oblak está a ser assistido no campo devido a uma entrada mais impetuosa de um adversário.

Minuto 52 – Reyes aparece descaído no lado direito da área e remata perto do poste.

Minuto 48 – Escelente jogada de Maxi Pereira que isola Lima e este, sozinho na área, atira para com Beto batido e é um defesa do Sevilha que safa o lance. Na recarga Rodrigo e novamente Lima perdoam o adversário.

O intervalo chega com um Benfica em superioridade, mais forte e mais solto, depois de 40 minutos à mercê do Sevilha.

Duas oportunidades de ouro desperdiçadas deixam o Benfica em branco. Uma por Maxi Pereira, que não acreditou na sorte e, sozinho perante Beto, atirou ao boneco.

Logo a seguir foi Gaitán, que aproveitou a desorientação do adversário para entrar na área, só que Fazio antecipou-se e cortou.

Antes, um Sevilha mais maduro a jogar sob a batuta de Rakitic andou mais perto da baliza de Oblak, embora sem grande perigo.

 

Fim da 1.ª parte.

Minuto 45+2 – Gaitán ganha em esforço e perante o guarda-redes é batido pelo defesa.

Minuto 45+1 – Maxi Pereira não acreditou na sorte e, isoaldo, atirou à igura de Beto.

Minuto 37  – Remate frouxo de Moreno defesa fácil de Oblak.

Minuto 30 – Cartão amarelo para Siqueira.

Minuto 24 – Jesus opta pela entrada de André Almeida para o lugar de Sulejmani.
Minuto 20 – Cardozo vai entrar para o lugar do sérvio.

Minuto 17 – Sulejmani esta com dores no ombro direito e Cardozo está a aquecer.

Minuto 14 – Livre de Gaitán e Beto defende com dificuldade.
Minuto 12 – Os jogadores do Sevilha estão com dificuldades em travar a velocidade do Benfica e dois já viram cartão amarelo: Fazio e Moreno. Metade da defesa andaluza está "amarelada", defesa esquerdo e central.

Equipas

Jesus não inventou e vai optar por uma equipa sem surpresas.

Onze inicial: Oblak; Maxi Pereira, Luisao, Garay, Siqueira; André Gomes, Amorim; Gaitán, Sulejmani, Lima; Rodrigo. 

Suplentes: Artur, Steven Vitória, Jardel, André Almeida, Djuricic, Ivan Cavaleiro e Cardozo.

Jorge Jesus não poderá contar com Markovic (castigado com duplo amarelo), Enzo Pérez (expulso na meia-final em Turim com a Juventus), Salvio (também duplo amarelo), Silvio e Fejsa, ambos lesionados.

O Sevilha alinha com Beto; Coke, Fazio, Pareja, Moreno; Daniel Carriço, Mbia; Reyes, Vitolo; Rakitic e Carlos Bacca.

Curiosidades:

Benfica é o sexto clube a chegar à final da UEFA dois anos seguidos e procura recuperar o orgulho perdido há um ano quando perdeu tudo no final da época.

Esquecer Amesterdão e a derrota com o Chelsea, olhar para Turim bem de frente nos olhos do Sevilha.

Benfica pode igualar a Juventus com mais finais europeias perdidas: 8. E é também a segunda equipa a repetir uma final da Taça UEFA depois de ter perdido uma no ano anterior, imitando o Inter em 1997 que ganharia em 1998.

SOL