O problema é pior em África e na Ásia do Sul, onde mais de duas em cada cinco mulheres sofreram violência às mãos de um parceiro, especificou-se no documento.
Num extenso relatório, intitulado Voz e Agência, o Banco considerou que esta violência e outras desvantagens e privações sistemáticas sofridas pelas mulheres são factores importantes na limitação da sua afirmação e manutenção de centenas de milhões na pobreza.
No texto sustentou-se que dar poder às mulheres e remover os obstáculos sociais e legais ao seu avanço iriam beneficiar amplos grupos da sociedade.
"Superar essas privações e esses constrangimentos é central nos esforços para acabar com a pobreza extrema e fomentar a prosperidade partilhada", argumentaram os autores.
"Uma participação total e igual também requer que todas as pessoas tenham voz, isto é, capacidade de falar e ser ouvida, desde a habitação até ao parlamento, e de influenciar e participar nas discussões, nos discursos e nas decisões que as afectam", particularizou-se.
Uma violência conjugal generalizada é apenas uma das formas de privação. O Banco particularizou uma série de outras, como a dificuldade em aceder à propriedade da terra, viajar sem autorização ou a "grosseira" sub-representação em posições formais de poder.
O impacto da gravidez das adolescentes, considerado outro tipo de limitação, é profundo, estimando-se que uma em cada cinco mulheres no mundo em desenvolvimento engravide antes dos 18 anos.
Lusa/SOL