O anúncio foi feito através de um comunicado afixado nos escritórios comerciais e assinado pelo presidente da Ipostel, Carlos Vásquez, no qual não se especifica a duração da medida.
A suspensão, em vigor deste 15 de Maio, obedece "ao excesso de correspondência, que ocasionou o colapso dos Centros de Tratamento de Ipostel".
Segundo a imprensa venezuelana, a Ipostel suspendeu, pela primeira vez, a 07 de Fevereiro, o envio de encomendas e cartas para pelo menos 29 destinos, expandindo agora a medida aos países que ainda continuavam "activos", como Portugal, Espanha, Alemanha, Itália, França, República Dominicana, Estados Unidos, Canadá, Colômbia, México, Brasil, Bolívia e Peru.
"Desde Dezembro (de 2013) que apresentávamos grandes falhas e atrasos no envio de encomendas e cartas, especialmente porque o Instituto (Ipostel) tem dívidas com as companhias aéreas e porque a diminuição da frequências dos voos diminuiu a capacidade de transporte", disse um funcionário da Ipostel citado pelo diário El Universal.
O jornal avança ainda que utilizadores do serviço se têm queixado de atrasos nas encomendas, garantindo que envios realizados em Dezembro ainda não chegaram ao destino.
O Governo da Venezuela deve quase 4 mil milhões de dólares (2,94 mil milhões de euros) às companhias aéreas internacionais por conceito de repatriação dos capitais e lucros correspondentes às vendas de bilhetes aéreos desde 2012, que tem sido dificultada pelas leis cambiais vigentes.
Na Venezuela está em vigor, desde 2003, um apertado sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país e obriga as companhias aéreas a terem autorização para poderem repatriar os capitais gerados pelas operações.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês)exortou, por várias ocasiões, o Governo da Venezuela a efectuar o pagamento da dívida, salientando que "a situação é insustentável".
Em resposta, o ministro dos Transportes Marítimo e Aéreo Venezuelano, Hebert Garcia Plaza, revelou que está a ser preparado um calendário para pagar as dívidas.
Segundo a Associação de Companhias Aéreas da Venezuela 11 das 26 transportadoras que voam para Caracas reduziram, desde Janeiro, a oferta de lugares e a frequência dos voos, nalguns casos até quase aos 80%, devido à impossibilidade de repatriar os capitais correspondentes às vendas.
Entretanto a Air Canadá e a Alitalia suspenderam os voos para Caracas, enquanto a Lufthansa decidiu paralisar a venda de novos bilhetes.
Lusa/SOL