Escrito em 1897, o conto "Um posto-avançado do progresso", que foi escrito a partir da experiência do escritor em África, como comandante da marinha mercante, conta a história de dois homens encarregados de chefiar um posto de comércio de marfim, no Congo.
De acordo com a publicação especializada Screen International, o filme será rodado em Angola, perto do local onde o conto foi escrito, e será realizado pelo português Hugo Vieira da Silva.
A publicação avança ainda que o elenco desta co-produção luso-austríaca será liderado pelo português Nuno Lopes.
O filme terá um financiamento do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) de 600 mil euros, de acordo com informação daquele instituto.
O conto "Um posto-avançado do progresso" está traduzido em Portugal por Carlos Leite, no volume "Histórias inquietas", editadas pela Assírio & Alvim, na década de 1980.
Esta edição cita o próprio escritor britânico de origem polaca, que considera este conto "a parte mais leve do ganho que trouxe da África Central", sendo "a parte principal, evidentemente, o 'Coração das Trevas'", romance que inspirou filmes de Francis Ford Coppola ("Appocalypse now") e Nicolas Roeg ("Caminho das Trevas"/"The heart of darkness").
Na obra do escritor, "Um posto-avançado do progresso" data de 1898, enquanto o romance "Coração das Trevas" é de 1902.
Em conjunto com a produtora alemã Filmgalerie 451, Paulo Branco vai co-produzir ainda "The Captain", passado na Segunda Guerra Mundial e realizado por Robert Schwenteke.
O produtor português será também responsável pela adaptação ao cinema de "Kosmos", do escritor polaco Witold Gombrowicz, que irá marcar o regresso à realização de Andrzej Zulawski ("Mulher pública", "As minhas noites são mais belas que os vossos dias").
Paulo Branco adiantou ainda à Screen International que está na fase de pré-produção de "Venus Ouverte", do realizador francês Philippe Ramos, protagonizado por Melvil Poupaud.
Na sexta-feira, foi apresentando no Festival de Cinema de Cannes, em França, na secção "Un Certain Regard", o filme "La chambre bleue", do francês Mathieu Amalric, produzido por Paulo Branco.
Lusa/SOL