Como definiria o seu estilo de liderança e que aspectos privilegia?
A liderança serve para levar uma equipa a atingir objectivos, em circunstâncias específicas e num tempo definido. Para ser eficaz, o estilo de liderança tem de se adaptar a todos estes elementos, caso contrário corre o risco de falhar. Há situações que requerem um estilo mais directivo porque a urgência no tempo de se atingir os objectivos não permite outro. Faço um esforço para adaptar o meu estilo a cada situação. Mas diria que o meu estilo natural evoluiu através do tempo, passando do directivo ao colaborativo. O sucesso obtém-se através da colaboração e contribuição de todos. E a execução tem mais probabilidades de sucesso se a equipa fizer parte da construção da solução em vez de esta lhe ser imposta.
Que traços deve ter um bom líder?
Honestidade, confiança, coragem, genuinidade, disciplina, carisma, justiça e criatividade.
Já passou por Portugal, Bélgica, Reino Unido e EUA. Que adaptações teve de fazer?
Os desafios no mesmo país ou entre diferentes nações e continentes são similares. Estamos a lidar com pessoas, independentemente da sua localização, e este é o ponto verdadeiramente importante. Os países e as pessoas têm culturas que podemos tentar caracterizar, mas todos conhecemos bem os riscos da generalização. Por isso, coloco sempre muita atenção na compreensão da pessoa que tenho à frente para definir a melhor maneira de lidar com ela. Se estamos a falar com um grupo, é preciso adaptarmo-nos às especificidades da sua cultura, para comunicarmos de forma mais eficaz. Alguns grupos esperam direcções claras e outros preferem contribuir para a construção da solução. Se queremos ser bem sucedidos, temos de seleccionar a abordagem certa para cada caso.
Desempenhou vários cargos na Xeror até chegar à presidência. Que importância teve este percurso?
Beneficiei do facto de essas experiências terem sido realizadas numa multiplicidade de geografias, culturas e funções, que ajudaram no meu desenvolvimento como líder. O que trouxe para cada função foi a experiência acumulada vinda dos sucessos e também dos insucessos, porque se aprende com ambos. O que foi curioso ao longo da minha vida profissional foi o facto de nunca ter planeado a minha carreira, mas antes ter sempre estado concentrado em fazer o meu melhor.
Fundou o Conselho da Diáspora Portuguesa. Como vêem o país lá fora?
Portugal tem uma óptima reputação fora do país. Os portugueses que trabalham fora são geralmente vistos como sérios, bem qualificados e disciplinados.
Como se pode melhorar ainda mais essa imagem?
Estando confiantes no que somos e não tendo receio de nos expor e de ambicionar ser os melhores no que fazemos. Não temos nada a temer quando o nosso melhor é confrontado com o melhor de outras partes do mundo.