Num comício em Aveiro, Marisa Matias afirmou que há reacções que merecem uma reposta, falando da declaração de Paulo Rangel, que se referiu à coligação da direita como "a vacina contra o despesismo".
"Despesismo é deitar para o lixo 18 mil milhões que eram nossos. (…) A direita não é vacina, a direita é mesmo o vírus do despesismo, do empobrecimento. Não é vacina, é vírus", respondeu.
Pedindo à direita que repita de novo esta ideia, a cabeça de lista bloquista foi mais longe: "vacina contra o despesismo da coligação dos submarinos que não tem vergonha e põe à frente da comissão de inquérito o ex-líder parlamentar de Paulo Portas".
A cura do Bloco há muito que é conhecida e passa pelo "contrário da austeridade", pela reestruturação da dívida e rejeição do tratado orçamental.
Num discurso onde começou por evocar a celebração da independência de Timor-Leste e se regozijou com a vitória do Syriza nas eleições na Grécia, Marisa Matias condenou a "gigantesca campanha contra tudo o que é público", cujo fim "é transformar o Estado num estado assistencialista" para que um "pequeno punhado de amigos do Governo" possa receber as rendas.
Ao púlpito do Teatro Aveirense subiu também o líder da bancada parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, que considera que o partido, ao contrário do que o cabeça de lista do PS disse, tem "motivo para apontar o dedo" aos socialistas.
"Se eles assinaram o tratado orçamental, também votaram muitas vezes ao lado da direita. Aliás, se um eurodeputado do PS no último mandato, se levantasse de manhã, fosse ao espelho e perguntasse: Espelho meu, espelho meu, há alguém que vote como eu?', a resposta que lhe daria é que há. É a direita da Europa e de Portugal", disse.
Pedro Filipe Soares falou ainda de uma "raspadinha europeia" onde se for escolhida a raspadinha do PS ou a raspadinha do PSD ou CDS, "não sai prémio, sai tratado orçamental".
Lusa/SOL