Portas pede que eleitores se indignem contra ‘glorificação de José Sócrates’

O presidente do CDS-PP e vice-primeiro-ministro apelou hoje aos eleitores para usarem “democraticamente o direito à indignação” contra a “glorificação de José Sócrates”, que, ao ser “levado em ombros pelo PS”, mostra que os socialistas não fizeram “autocrítica”.

Portas pede que eleitores se indignem contra ‘glorificação de José Sócrates’

"Usem democraticamente o direito à indignação. O que é que isso quer dizer? Domingo não fiquem em casa, vão votar serenamente e travem o caminho desta glorificação de José Sócrates", afirmou Paulo Portas aos jornalistas.

No final de uma visita da Aliança Portugal a uma fábrica de transformação de bacalhau na Gafanha da Nazaré, concelho de Ílhavo, o presidente centrista disse que a campanha, não por vontade da coligação, "fica um pouco marcada" por aquilo a que chamou "o factor Sócrates".

"Eu apelo aos eleitores para pensarem bem quando virem José Sócrates, o homem que chamou a 'troika', o homem que assinou o memorando, o homem que nos levou ao precipício financeiro e que nos custou toda esta austeridade, na próxima sexta-feira, ser levado em ombros pelo PS. Pensem bem", pediu.

Paulo Portas dirigiu-se "aos eleitores do PSD e do CDS-PP que porventura tinham algum desânimo com razoes legítimas de insatisfação" para usarem desse "direito à indignação" relativamente ao ex-primeiro-ministro socialista que trouxe a Portugal uma situação de "dependência do exterior" e "três anos de sacrifício".

"Relativamente a eleitores socialistas, que são gente decente, que pensa pela sua cabeça, eu queria também deixar uma palavra: Uma coisa era o PS chegar aos portugueses e dizer 'nós sabemos o que se passou em 2011, nós reflectimos sobre isso, nós rectificámos, sabemos que cometemos erros e que esses erros custaram muito às pessoas, mas fizemos a revisão da matéria dada e a autocrítica e, por isso, comprometemo-nos a não repetir esses erros'.

"Para isso, António José Seguro tinha que o dizer e não podia trazer para a campanha o autor do precipício e do resgate financeiro, o homem que chamou a 'troika', o homem que assinou o memorando, e o responsável por estes três anos de austeridade", disse.

Para o vice-primeiro-ministro, "José Sócrates ao lado de António José Seguro quer dizer que o PS em 2014 é igual ao de 2011", demonstrando que os socialistas ainda não foram capazes de um "ato de humildade relativamente ao que aconteceu em 2011".

Lusa/SOL