Falando aos jornalistas no final da visita do ministro angolano do Interior, Ângelo Veiga Tavares, à nova sede da Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa, Paula Teixeira da Cruz preferiu sublinhar que "teve sucesso" a operação de captura de Manual Baltazar, de 61 anos, detido ao final de quarta-feira, quando chegava a casa.
A ministra admitiu que, quer os arguidos tenham pulseira electrónica ou estejam na prisão, podem acontecer sempre "vicissitudes", pelo que o caso de Manual Baltazar não compromete o planeamento e a vigilância através das pulseiras electrónicas.
Paula Teixeira da Cruz escusou-se a comentar o facto de a detenção do foragido ter demorado cerca de um mês, tanto mais que a operação para o localizar envolveu várias forças policiais e há elementos de que não dispõe, no âmbito da separação de poderes.
Quanto ao facto de o duplo homicida ser ouvido num tribunal que vai encerrar com o novo mapa judiciário, a ministra contrapôs que, se a reforma estivesse já em curso, haveria um Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) e justiça especializada, naquela região, e não um tribunal de competência genérica.
O homem suspeito de ter matado duas mulheres e ferido outras duas, em São João da Pesqueira, foi capturado quarta-feira, depois de ter estado em fuga por mais de um mês.
Segundo a Polícia Judiciária, Manuel Baltazar foi detido ao final do dia, quando chegava a casa. "Encontrava-se armado, mas não ofereceu resistência", revelou fonte daquela polícia.
A mesma fonte avançou que a detenção foi efectuada por inspectores da Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real, da Directoria do Norte da Polícia Judiciária.
Os crimes aconteceram em Abril, na quinta-feira anterior à Páscoa, em Valongo dos Azeites, junto à casa da ex-mulher do suspeito.
O homem estava com pulseira electrónica e proibido de contactar a ex-mulher, no âmbito de um processo de violência doméstica.
O duplo homicida estava a monte há precisamente 34 dias.
Lusa/SOL