A dor do Atlético é o prazer supremo do Real

A maldição de 1974 repetiu-se para o Atletí, quando perdeu para o Bayern a final de Heysel. Agora em Lisboa, o Real conseguiu finalmente a “Décima” Taça dos Campeões, depois de um jejum de 12 anos. E vltou a ser feliz na sua prova preferida.

A dor do Atlético é o prazer supremo do Real

Em Bruxelas, na final da Taça dos Campeões há 40 anos, o Atlético sofreu o empate no último minuto e, pelas regras da altura, teve de ir a um jogo de desempate. Aí, sofreu uma goleada do Bayern (4-0). Quatro décadas depois, com o título praticamente na mão graças ao golo de Godín, o cabeceamento certeiro de Ramos empatou a partida e levou o jogo para prolongamento. A história repetiu-se e agora foi o Real a golear, por 4-1.

Há quatro décadas foi Luis Aragonés a dar a primeira festa ao Atlético, com um golo de livre directo. Agora foi Godín. Casillas saiu em falso e o uruguaio – herói nunca mais esquecido de Camp Nou com o golo que roubou o título ao Barcelona na última jornada e consagrou os “colchoneros” – cabeceou por cima do guarda-redes espanhol, em arco.

Na frente, o Atlético não se expôs e deixou o jogo arrastar-se. Houve poucas oportunidades. Aos 90 minutos, o árbitro deu 5 minutos de desconto, uma eternidade para os “rojiblancos”, um sopro para os “blancos”. E foi aí que o fantasma de Heysel apareceu. Um canto batido por Modric aos 90’+4’ foi direitinho para a cabeça de Sergio Ramos.

Courtois foi batido e o mundo abateu sobre as cabeças de todo os do Atletí. Para os “merengues” foi o voltar à vida.

A desolação consumiu o Atlético, enquanto o adversário preparava-se para devorar as suas entranhas. Aos poucos o Real consumiu o Atlético. Primeiro foi Bale, depois de uma corrida frenética de Di María a bola sobrou para o galês e este, de cabeça, atirou para a baliza deserta.

Se o primeiro tiro de Ramos tinha ido ao coração, este foi à alma. Os jogadores do Atletí ficaram de cabeça perdida, já sem pernas e sem ânimo.

Marcelo atirou para um moribundo Courtois, sem os super-poderes com que levou durante toda a época os companheiros. 3-1 era demasiado pesado, mas a tortura não acabou aí.

Faltava o golo de Cristiano Ronaldo. De penálti. Derrubado, o português, ao contrário dos seus adversários, levantou-se. E marcou. Despiu-se e festejou.

O Real conseguiu a “décima” Taça na prova. O Atlético foi campeão de espanhol. Os bens foram repartidos pelas duas maiores equipas de Madrid.