No mesmo sítio onde antes havia lugar para a volúpia, vinha agora a dor, Heysel. Os 50 mil adeptos que tinham estado no primeiro jogo, nem metade apareceu para o jogo de desempate. Os espanhóis pressentiram a desgraça: a goleada 4-0 veio dos pés de Müller e Uli Hoeness, dis golos cada um.
O primeiro, Gerd “Bombardeiro” Müller, um goleador nato e que levaria a Alemanha à conquista do Mundial com a Alemanha em 1974; o segundo, agora presidente do Bayern, iniciou aquele que foi o primeiro título europeu dos bávaros – seguir-se-iam mais dois seguidos fazendo o hat-trick perfeito (1974-75-76).
Os festejos dos alemães nessa noite de 17 de Maio de 1974 foram às custas de um desalentado Atlético, que parece ter desistido no último minuto do prolongamento dois dias antes. Não saíram do hotel. “Passei todo o dia [seguinte] na cama. Essa espinha encravada dura toda uma vida”, conta ao El País Adelardo, capitão dos “rojiblancos” e que esteve a 30 segundos de abraçar o seu sogro, Vicente Calderón, presidente do Atlético (sim o que deu o nome ao actual estádio do Atlético).
Para contar ficou a força bruta de Schwarzenbeck a ofuscar o majestoso livre de Aragonés. O resto é história.
Final da Taça dos Campeões 1974
Heysel, Bruxelas, 15 de Maio
Bayern-Atlético, 1-1 (prolongamento)
Golos: Aragonés, aos 114’; Schwarzenbeck, aos 119’
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Jogo de repetição:
Heysel, Bruxelas, 17 de Maio
Bayern-Atlético, 4-0
Golos: Hoeness, aos 28’ e 83’, Müller, aos 58' e 71'.
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