Segundo as previsões oficiais, às 12h00 tinham ido votar 12,14% dos eleitores, valor ligeiramente acima dos 11,8% registados à mesma hora nas europeias anteriores, em 2009.
Os líderes políticos e partidários que hoje de manhã votaram fizeram precisamente um apelo aos portugueses para exercerem o seu direito de voto, tentando combater a abstenção, que ficou acima dos 63% há cinco anos.
O presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, apelou aos portugueses para que votem por uma Europa "mais solidária e mais responsável", defendendo que há um dever de participação com o Parlamento Europeu com mais poderes.
Também o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, destacou a importância destas eleições para a vida das pessoas, admitindo que os temas europeus foram relegados para segundo plano na campanha, em toda a Europa.
"Estas eleições são muito importantes porque grande parte das leis que tem a ver com o dia-a-dia das nossas pessoas são aprovadas em Bruxelas e Estrasburgo. É a Comissão Europeia que faz as propostas mas só são adoptadas se forem aprovadas quer pelos governos quer pelo Parlamento Europeu", afirmou Durão Barroso aos jornalistas, depois de votar numa escola na freguesia de Belém, na capital portuguesa.
Já o secretário-geral do PS, principal partido da oposição, manifestou esperança de que os portugueses agarrem a oportunidade de fazer as suas escolhas, considerando que é o momento de dizerem o que pensam.
"Espero que os portugueses agarrem esta oportunidade, que não a desperdicem, porque este é o momento de falarem, de dizerem o que pensam e de fazerem as suas escolhas", afirmou António José Seguro após ter votado na Escola Secundária Rafael Bordado Pinheiro, nas Caldas da Rainha.
Perto de 9,7 milhões de eleitores são hoje chamados a eleger os 21 deputados portugueses no Parlamento Europeu, mas há locais onde a eleição não vai realizar-se.
Segundo dados da Direcção-Geral da Administração Interna, as mesas de voto não abriram em 12 freguesias de cinco concelhos em todo o país, excluindo da votação mais de 12 mil eleitores.
Boicotes que foram promovidos pelas populações como forma de protesto, como aconteceu nas sete freguesias do concelho de Murça, que abrangem 6.952 eleitores, onde a população contesta o encerramento de serviços e a possibilidade de introdução de portagens na auto-escada.
No concelho da Covilhã ficaram sem votantes duas freguesias, na freguesia de Muro, concelho da Trofa, as mesas também não chegaram à abrir e os 1.505 eleitores de Serpins, na Lousã, ficam igualmente sem exercer o seu direito de voto.
Já na freguesia de Orjais, com 768 eleitores, a escola onde se vota foi fechada a cadeado, contra o anunciado encerramento daquele estabelecimento de ensino, e a mesa de voto não chegou a abrir. Ainda no mesmo concelho, segundo a mesma fonte, ficou fechada a secção de voto de Vales do Rio, que tem 726 eleitores inscritos.
Em Ponte de Lima, não abriu a urna de voto da Gemieira, uma freguesia com 561 eleitores.
Entretanto, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) tem recebido "dezenas de telefonemas" de membros de mesa, porque alguns impressos de apoio ao seu trabalho têm apenas 14 linhas, em vez das 16 correspondentes ao total das listas candidatas, embora isto não afecte os boletins de voto.
No total, concorrem a estas eleições 16 listas, mais três do que nas europeias de 2009.
Há cinco anos, o PSD, que agora concorre coligado com o CDS-PP, elegeu oito eurodeputados, enquanto o PS conseguiu conquistar sete lugares no Parlamento Europeu. O BE foi a terceira força política mais votada, elegendo três eurodeputados, e o CDS-PP elegeu dois, tal como a CDU.
Lusa/SOL