Aliás, a série de três derrotas consecutivas do BE (Legislativas de 2011, autárquicas do ano passado e as europeias de hoje), só encontra explicação fora do partido, segundo Catarina Martins. É a abstenção, a emigração e a dispersão de forças políticas. Por esta ordem. Catarina Martins não quer se quer ouvir falar em questão de liderança para explicar o resultado. Muito menos deixar a liderança à disposição dos espíritos e vozes livres que povoam os órgãos do partido, como referiu.
Na curta declaração que fez às 22 horas, Marisa Matias reconheceu que o BE não teve um bom resultado. Notou que o objectivo primeiro foi conseguido, o de manter a voz do partido em Bruxelas, embora solitária e sem o número dois, João Lavinha, que não foi eleito. Era o segundo objectivo do BE.
Depois, e na mesma linha da sua coordenadora, ensaiou explicações que são alheias ao partido. Como os "vários factores novos nestas eleições", como os "espaços que estavam vazios". Com tudo o que isso queira dizer sobre as candidaturas a esta corrida ao Parlamento Europeu, como a de Marinho e Pinto, que foi eleito.
João Semedo não falou esta noite. Catarina Martins falou duas vezes. Quando reagia às projeções das 20 horas, e depois de frisar que eram apenas projeções, só teve duas notas para partilhar: que a direita unida conseguia menos de 30% dos votos e que o objectivo do BE tinha sido atingido: ter uma voz no PE.
Entre os militantes, o argumento era de que a confirmarem-se as projeções o resultado deste ano estava em linha com aquele que foi conseguido nas Legislativas de 2011: 5,7%, com direito a sentar 8 deputados na Assembleia da República (AR).
Só que em 2009, e também para a (AR), o BE elegeu 16 deputados, graças aos 9,8% dos votos dos eleitores portugueses. Também em 2009, e para o Parlamento Europeu, o BE teve 10,7% dos votos. Elegeu três deputados. Agora só elege um.