"Este acto de homicídio é o resultado dos constantes incitamentos contra os judeus e o seu Estado", afirmou Benjamin Netanyahu num comunicado, onde se lê também que "a difamação e as mentiras contra o Estado de Israel continuam a ser ouvidos em solo europeu mesmo que os crimes contra a humanidade e os actos de homicídio perpetrados contra a nossa região continuem a ser sistematicamente ignorados".
Segundo uma fonte dos bombeiros citada pela agência France Presse, um homem, que chegou de carro, entrou no museu e começou a disparar, pondo-se em fuga de imediato depois de ter morto três pessoas e ferido gravemente outra.
De acordo com media belgas, o tiroteio ocorreu ontem às 15h50 (14h50 em Lisboa).
O ministro do Interior da Bélgica, Joelle Milquet, disse que ainda era cedo para confirmar se o ataque tinha motivações anti-semitas, mas reconheceu que, dado que os tiroteio aconteceu à porta do Museu Judaico, "há fortes probabilidades para presumir isso".
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, classificou hoje o tiroteio em frente ao Museu Judaico, que fez três mortos e um ferido, como um ataque "contra os valores da Europa" e mostrou-se "profundamente chocado".
"A notícia do violento tiroteio que tirou a vida a três pessoas inocentes esta tarde no centro de Bruxelas em frente ao Museu Judaico chocou-me profundamente", declarou o antigo primeiro-ministro português.
"Condeno veementemente o facto de esta terrível artilharia ter sido dirigida contra um símbolo religioso no coração da capital europeia", acrescentou, sublinhando que este é um ataque contra os valores da Europa, que não podemos tolerar".
As colecções do Museu Judaico da Bélgica reflectem a vida e a história das populações judaicas da Holanda e da Bélgica desde o século XVIII.
O museu está situado num dos bairros mais turísticos da capital belga, o Sablon, conhecido pelas galerias de arte e antiquários.
No seguimento do tiroteio, as autoridades da Bélgica aumentaram o nível de alerta terrorista no país.
A ministra do Interior, Joelle Milquet, disse à cadeia televisiva RTL-TVI que o organismo encarregado de avaliar a ameaça terrorista no país aumentou o nível de alerta para quatro, numa escala de cinco.
Indicou ainda que foi reforçado o nível de segurança junto à sinagoga de Bruxelas e de outros edifícios judeus da capital belga.
O primeiro-ministro belga, Elio Di Rupo, declarou à imprensa que a Bélgica está "unida e solidária face a este ataque odioso num local cultural judeu".
Elio Di Rupo assegurou que tudo está a ser feito para "identificar e prender o autor ou autores desta tragédia".
No domingo, realizam-se eleições legislativas, regionais e europeias na Bélgica.
Lusa/SOL