Na origem da decisão do juiz deste processo, Rogério da Silva e Sousa, esteve um requerimento da procuradora Tahamara Thrun Valssasina pedindo o adiamento por "não se encontrarem presentes, nem estarem junto aos autos, as declarações escritas do presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, e do secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais, Manuel António Correia, não obstante terem sido notificados para o efeito".
Segundo o Ministério Público (MP) e o juiz, "tais depoimentos revelam-se fundamentais para a descoberta da verdade e para a decisão da causa desde o início da audiência de julgamento".
Neste processo é arguido um motorista, de 44 anos, acusado de um crime de ofensa à integridade física qualificada e outro de injúria agravada.
Os factos reportam-se a um incidente ocorrido a 2 de Setembro de 2012, quando Alberto João Jardim participava na Festa da Uva, um programa promovido pela Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, no concelho de Machico.
Segundo a acusação do MP, no momento em que Alberto João Jardim "se encaminhava para o local onde iria discursar", o arguido arremessou "um copo de material plástico maleável", contendo cerveja, atingindo o presidente do executivo madeirense, que se constituiu assistente neste processo.
A acusação acrescenta que Jardim "sofreu dores e incómodos", considerando-se ainda "atingido na sua honra e consideração pessoal e profissional".
O MP recusou imputar ao arguido o crime de perturbação do funcionamento de órgão constitucional.
Quanto ouvido pelo MP, de acordo com fonte do Tribunal Judicial de Santa Cruz, o motorista "assumiu que estava embriagado, mas recusou fazer um teste de alcoolemia", tendo alegado que não teve "intenção de magoar" o líder madeirense, mas apenas "molhá-lo" para mostrar a sua "revolta" pela situação em que se encontrava, "desempregado e ter um filho na universidade que precisava sustentar".
Além do julgamento de segunda-feira, está marcada uma segunda sessão na quarta-feira, 28 de Maio.
Lusa/SOL