Os especialistas da agência europeia de monitorização do fenómeno da droga (EMCDDA) chamam a atenção para este comportamento, "observado em subgrupos de homens que têm relações sexuais com outros homens", e sublinham a importância de monitorizar rigorosamente este problema, que é "uma prioridade de saúde pública".
Até agora, refere o documento, este novo comportamento tem sido registado em algumas grandes cidades.
A cocaína continua a ser o estimulante ilícito mais consumido na Europa, embora os consumidores se concentrem num pequeno número de países ocidentais da União Europeia. Estima-se que cerca de 14,1 milhões de adultos europeus (entre os 15 e os 64 anos) já tenham consumido esta droga, 3,1 milhões dos quais no último ano.
Dados recentes sugerem que o consumo de cocaína está a baixar, tendo 11 dos 12 países que realizaram inquéritos entre 2011 e 2013 assinalado uma diminuição da prevalência entre os jovens adultos (entre os 15 e os 34 anos).
O relatório destaca também os receios suscitados pelo ressurgimento de pós e comprimidos de ecstasy (MDMA) de alta qualidade, lembrando que as apreensões e as notificações de efeitos adversos para a saúde levaram a Europol e o EMCDDA a emitir uma advertência conjunta sobre a disponibilidade no mercado de produtos extremamente potentes contendo MDMA.
A Europol comunicou em 2013 o desmantelamento na Bélgica das duas maiores instalações de produção de droga alguma vez descobertas na União Europeia, com capacidade para produzir em muito pouco tempo grandes quantidades de MDMA.
Segundo o documento, entre 2005 e 2013, foram detectadas mais de 50 substâncias derivadas de catinonas sintéticas (estimulantes) através do Sistema de Alerta Rápido da UE (EU–EWS).
Estas substâncias podem ser inaladas sob a forma de pó ou ingeridas em comprimidos, mas a atenção do EMCDDA está hoje focada nos "preocupantes surtos de consumo injectado".
Embora o consumo de catinonas injetadas não esteja muito disseminado na Europa, já foi assinalado como um problema localizado em grupos de consumidores de droga de alto risco em alguns países (República Checa, Alemanha, Irlanda, Espanha, Áustria, Polónia, Finlândia, Suécia e Reino Unido).
Lusa/SOL