Rolling Stones: É apenas rock’n’roll

Juntos, os quatro Rolling Stones atingem 279 anos. Mas quem os vê ao vivo, como ontem à noite no Rock in Rio,tem dificuldade em acreditar.

Há 50 anos, Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts, Bill Wyman e Brian Jones começavam a primeira digressão nos Estados Unidos. Em 2014, o público que lotou a Belavista embarcou numa viagem no tempo electrizante, iniciada com 'Jumping Jack Flash' e culminada com '(I can get no) Satisfaction'.

Jagger e companhia continuam a saber como poucos como levar a bom porto um espectáculo para as massas: do alinhamento à interacção com o público, e ainda a qualidade dos músicos que os acompanham há longos anos, nada é deixado ao acaso.

Em mais do que um momento, é transmitida a sensação de que os elementos do grupo transpiram puro prazer em estar em palco. Como a certa altura disse Keith Richards, "é muito bom estar aqui, aliás é muito bom estar em qualquer lado". Já Jagger fazia por comunicar em português, fosse para troçar dos ténis de Ron Wood, fosse para adivinhar que as selecções portuguesa e inglesa vão disputar a final do Mundial de futebol.

A surpresa da noite foi a participação especial de Bruce Springsteen em 'Tumbling Dice', mas outros momentos altos foram as participações do ex-guitarrista do grupo Mick Taylor, de Gary Clark Jr. (que dera o concerto imediatamente antes), ou ainda e sempre 'Gimme Shelter' com a vocalista Lisa Fischer, que já desde 1989 acompanha as digressões dos Stones.

Mick Jagger, que continua a pular e gesticular como sempre, destacou o "público maravilhoso". Este, o mais diversificado possível tendo em conta que se tratava de uma  plateia com 90 mil pessoas, juntou avôs, filhos e netos a cantarolar temas sobre sexo e drogas. É o rock em todo o esplendor, com os Stones ainda sem bengalas.

Fotos de: José Sérgio

cesar.avo@sol.pt