De acordo com as agências de notícias, Joe Kaeser afirmou que vai eliminar 7.600 postos de trabalho, no âmbito da reestruturação do grupo, anunciada a 07 de Maio e que visa reagrupar as actividades da empresa em nove divisões, em vez das actuais 16.
Os restantes 4.000 postos de trabalho a eliminar dizem respeito a trabalhadores excedentários nas actividades regionais, adiantou o gestor numa videoconferência com analistas e investidores a partir de Nova Iorque.
Alguns dos trabalhadores serão realocados para outras funções, representando os cortes que estão previstos cerca de 3% da força de trabalho da Siemens, acrescentou o presidente executivo da empresa.
O corte dos postos de trabalho eram já receados pelo sindicato IG Metal, que na semana passada tinha alertado para o facto de, pelo menos, 10.000 empregos estarem em perigo.
Agora, se estes despedimentos se confirmarem, vão juntar-se aos 15.000 já planeados pelo seu antecessor na presidência da Siemens AG, Peter Löscher.
Desde que assumiu a presidência do grupo, Kaeser já tinha promovido uma revisão da estratégia do consórcio, afirmando que queria melhorar o plano de eficiência operacional, chamado "Visão 2020", depois de sucessivas falhas das metas do grupo, durante o mandato do seu antecessor.
O plano, que terá como objectivo a recuperação da confiança dos investidores, será apresentado na segunda-feira, prevendo-se uma poupança de mil milhões de euros anuais, a partir de 2016.
O anúncio do corte de postos de trabalho na Siemens em Munique pode desagradar aos sindicatos alemães e ocorre num momento em que a empresa está em plena batalha com a sua rival norte-americana General Electric Co. pela aquisição dos activos energéticos da Alstom SA, o grupo francês que actua na área de infra-estrutura de energia e transporte.
Joe Kaeser garantiu este mês ao Governo francês que iria manter os empregos por três anos se a empresa comprasse os activos de energia da Alstom, mas entretanto a General Electric Co. ofereceu 17 mil milhões de dólares (12,4 mil milhões de euros, ao câmbio actual) e prometeu ao Governo francês a criação de 1.000 postos de trabalho no país.
Contactada pela agência Lusa, fonte da Siemens em Portugal disse que ainda é prematuro comentar se a operação no país vai ser afectada e explicou que ainda está a aguardar a declaração oficial da Siemens, que deverá ocorrer nas próximas horas, para poder dar mais esclarecimentos.
Lusa/SOL