Ricardo Sá Fernandes reagia assim, em declarações à agência Lusa, à condenação de Afonso Dias a três anos de prisão, decretada hoje pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), pelo crime de rapto agravado de Rui Pedro, a criança de 11 anos desaparecida em 1998, em Lousada.
"É esse o meu sentimento, o sentimento de que vale a pena lutar, vale a pena não baixar os braços, vale a pena prosseguirmos as nossas convicções, porque ainda que isso não seja uma receita infalível para a vitória ou para o sucesso é, pelo menos, uma condição 'sine qua non', para se conseguir obter esse mesmo sucesso", acrescentou.
Para Ricardo Sá Fernandes, a decisão de hoje do STJ é "um acto de justiça".
"Ao fim de muitos anos de luta, conseguimos levar este processo a bom porto. E, num mundo que é injusto – muitas vezes injusto -, ter acesso à justiça, sentir que podemos contribuir para que o mundo seja um bocadinho menos injusto, com pequenas vitórias justas, é sempre uma grande consolação", frisou.
O advogado sublinhou ainda que o desfecho deste caso só foi possível "devido a uma colaboração intensa entre o Ministério Público e os familiares da vítima, a partir de uma determinada fase".
"Recordo que este processo começou por uma investigação desastrada da parte da Polícia Judiciária e das autoridades judiciárias em geral. Durante anos os familiares das vítimas não tiveram sequer acesso ao processo. Só a partir de 2002 é que efectivamente este processo entrou nos carris certos", acrescentou.
"A partir do momento em que houve uma colaboração intensa entre o Ministério Publico e os familiares foi possível chegar a bom porto neste caso. E isso é um sucesso da justiça portuguesa e temos de dizer que é um sucesso do Ministério Público em Portugal", frisou.
O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) reduziu hoje para três anos de prisão efectiva a pena que tinha sido aplicada, pela Relação do Porto, a Afonso Dias, pelo rapto do jovem Rui Pedro, desaparecido em 1998.
Em primeira instância, Afonso Dias fora absolvido.
Lusa/SOL