Alfama, um dos mais típicos bairros da cidade, enche-se de gente para festejar o Santo António, onde não falta a tradicional sardinha assada, mas também bifanas, pão com chouriço, caldo verde e para acompanhar cerveja e sangria.
A partir das 20:00 e durante o mês das festas de Lisboa, as estreitas ruas de Alfama tornam-se ainda mais apertadas para receberem centenas de pessoas atraídas pelo cheiro da sardinha assada e pela música popular.
Ana Maria Costa, que cresceu e viveu sempre no bairro de Alfama, vende por este dias a tão procurada sardinha assada por um euro unidade, sendo que acompanhada de pão fica a 1,50 Euro.
No "Retiro a tia Anita", um negócio de família durante as festas populares, existente há mais de trinta anos, Ana Maria Costa assegura que "a sardinha é congelada, mas é boa".
A sardinha congelada predomina em comparação com a fresca, seja pela escassez que existe durante estes dias seja pela diferença de preços.
Também no "Retiro os compadres", João Matos está a vender "sardinha congelada de Peniche", por um euro cada e no pão fica a 1,30 Euro.
"Não alteramos o preço do ano passado", disse.
A degustar sardinha assada, João Oliveira, residente em Lisboa, não ficou satisfeito. "Não gostei da sardinha, ou é congelada ou está mal assada".
De visita por Lisboa, Alberto Goleal, natural de Costa Rica, disse que foi por casualidade que encontrou o arraial de Alfama, contudo aproveitou para comer a sardinha assada.
"A sardinha está óptima", elogiou.
João Fonseca, veio do Porto, atraído pela "curiosidade de conhecer as Festas de Lisboa" e partilhou com a família "sete pratos de sardinhas, duas saladas de pimentos assados, pão e água por 40 euros. Não foi caro", disse.
Edgar Ximene veio das Caldas da Rainha até Lisboa, com a mulher para festejar o Santo António. "Nunca tinha vindo. Experimentar esta emoção que é única, estou a gostar imenso".
Jantou sardinhas assadas, "estão gordas, suculentas, estão divinas", descreveu.
Quem percorre os bairros da capital, encontra ainda outro símbolo das festas: o manjerico, que está associado a uma quadra popular e decorado com um cravo de papel colorido, com preços que variam dos 5 aos 10 euros.
A vender manjericos no bairro de Alfama há mais de 20 anos, Olga São João afirmou que "o preço mantém-se o mesmo do ano passado".
Para todos os gostos e com diferentes tamanhos, os preços variam, sendo que "os manjericos mais pequeninos são a 5 euros e depois há a 7 e a 10 euros".
Segundo a tradição "os rapazes ofereceriam um manjerico com uma flor de papel cor-de-rosa às raparigas solteiras e vermelha ou alaranjada às mulheres casadas".
Já não se cumpre a tradição como antigamente, contudo João Fonseca, que veio do Porto para o Santo António, em Lisboa, comprou um manjerico para oferecer à filha.
Os arraiais vão continuar durante este mês de junho, sendo que o momento alto será a noite de 12 para 13 de junho, que antecipa o feriado de Santo António, padroeiro de Lisboa.
Lusa/SOL