FMI quer evitar nova crise imobiliária

O Fundo Monetário Internacional apelou hoje à adopção de medidas urgentes para evitar uma nova crise imobiliária, dado que os preços estão acima da média histórica em muitos países, sobretudo em emergentes como Filipinas, China e Brasil.

"As ferramentas para conter os preços da habitação ainda estão a ser desenvolvidas, mas isso não é desculpa para a inércia. Os preços das casas em muito países continuam a estar muito acima da média histórica", disse o director adjunto do FMI, Min Zhu.

A advertência foi feita por Min Zhu num discurso que proferiu, na semana passada, no Bundesbank (banco central alemão), o qual foi agora publicado pelo FMI no seu portal na Internet.

Na perspectiva da organização, a aceleração do preço das casas a partir de níveis já elevados figura como uma das maiores ameaças à estabilidade da economia global.

"A habitação é um sector essencial da economia, contudo, também é uma fonte de vulnerabilidades e crises. Portanto, ainda que a recente recuperação dos mercados imobiliários seja um bom passo, devemos permanecer atentos para evitar um novo 'boom' insustentável", observou Min Zhu.

Segundo dados do FMI, o preço das habitações tem crescido mais rapidamente em mercados emergentes. A título de exemplo, refere os casos das Filipinas (com aumentos de 10% face ao ano anterior), da China (9%) e o do Brasil (7%).

Com a recessão global, os bancos centrais reduziram as taxas de juro para mínimos históricos, o que elevou os preços das casas para níveis que, segundo o FMI, representam um risco significativo para economias tão distintas como as de Hong Kong ou de Israel.

Os preços das habitações estão também acima da sua média histórica em países como a Austrália, Bélgica, Canadá, Reino Unido, Noruega e Suécia.

Já nos países do sul da Europa mais afectados pela crise verifica-se o cenário contrário: ou seja, quedas no preço das habitações.

Lusa/SOL