Há uns anos, este fenómeno ‘atingia’ apenas figuras públicas e estrelas de televisão, que ao ganharem uma enorme visibilidade eram requisitadas, sobretudo, pelas discotecas do Norte e interior de Portugal. Eram as cabeças-de-cartaz que atraíam jovens, que fascinados pelo mundo do ‘ecrã mágico’ seguiam os seus ídolos na ânsia de os conhecerem pela primeira vez.
Na altura, em Lisboa gozava-se com esse facto, uma vez que a maioria dessas ‘estrelas’ viviam e frequentavam os espaços da capital, sob anonimato e sem que para isso tivessem de lhes pagar o que quer que fosse.
Esse novo e lucrativo negócio alastrou-se depois aos reality shows, que faziam autênticas tours nacionais para ‘esmifrar’ o que restava da imagem das excêntricas personagens que por lá andavam.
Pois bem, essa prática tão criticada na capital passou a ser condição essencial para o funcionamento de algumas discotecas, e até de restaurantes ditos ‘da moda’. E o que antigamente era uma parolice do Norte passou a ser uma necessidade para criar determinados ambientes apelativos ao consumo.
As meninas, essas, algumas estudantes, outras desempregadas ou com trabalhos esporádicos como promotoras, recorrem a esta nova forma de trabalho para facturarem algum e divertirem-se com as ‘novas’ amigas, bebendo uns copos sem qualquer custo e apenas como única condição a de terem de ‘abanar o rabinho’ em frente a duas ou três garrafas de champanhe com olhos e bolsos…
Vamos ver até onde vai tudo isto chegar. Com as discotecas chegámos ao cúmulo de ter mais gente nos privados – na verdade são zonas de amigos e pseudo-vedetas que não pagam – do que nas pistas de dança. Veremos se um dia não teremos mais gente a receber dinheiro para ir aos espaços do que clientes dos mesmos…
Sugestões :
l Club: Egg LDN (Londres, Inglaterra)
l Músicas: How I Do (Original Mix) – Tapesh