"A CMVM entende serem necessários esclarecimentos do emitente [BES] antes da reabertura do mercado", adiantou à agência Lusa fonte oficial do supervisor do mercado português.
Hoje, a edição 'online' do jornal Expresso avançou que a administração do BES, liderada por Ricardo Salgado, vai renunciar ao seu mandato e que poderá haver, já na sexta-feira, uma convocatória de assembleia geral para o efeito.
Segundo o jornal, o actual presidente "abdica da liderança, mas quer ficar num novo comité estratégico" do BES.
A Lusa tentou apurar junto de fontes oficiais do banco se as informações sobre a saída eminente de Salgado da presidência executiva do BES são verdadeiras, porém, até ao momento, tal não foi possível.
O Grupo Espírito Santo (GES), que detém, entre outros activos financeiros e não financeiros, o BES e a seguradora Tranquilidade, viveu, no final do ano passado, uma luta de poder e foram mesmo tornadas públicas as desavenças entre Ricardo Salgado e José Maria Ricciardi, apontado para suceder a Salgado.
A 11 de Novembro de 2013, os dois primos emitiram uma declaração conjunta a anunciar um entendimento sobre o processo de sucessão na liderança do grupo.
Já na semana passada, questionado pela agência Lusa sobre se cumprirá o seu mandato até ao fim (termina em 2015), Ricardo Salgado preferiu não "entrar agora nesse capítulo".
Certo é que a saída de Salgado da presidência do banco tem sido tema recorrente na comunicação social, isto, numa altura em que o GES passa por um processo de transformação, de forma a tornar a estrutura mais simples e responder a recomendações do Banco de Portugal.
Com as alterações, a Rioforte (que detém a área não financeira) deverá passar a ser a 'holding' central do grupo, ficando sob a sua alçada a parte financeira do grupo (BES, BES Investimento e seguradora Tranquilidade, hoje na alçada do Espírito Santo Financial Group), assim como as áreas não financeiras.
O BES concluiu recentemente um aumento de capital, de 1.045 milhões de euros, que foi totalmente subscrito com a procura a superar a oferta, tendo os resultados sido anunciados a 11 de Junho. As novas acções começaram a ser negociadas a 17 de Junho.
O objectivo da operação foi reforçar os rácios de capital do banco, que será um dos bancos portugueses submetido aos exercícios do Banco Central Europeu (BCE).
Lusa/SOL