"Relativamente ao preenchimento dos órgãos de administração e de fiscalização, o Banco de Portugal aguarda a decisão da assembleia-geral dos accionistas do Banco Espírito Santo para avaliar o cumprimento por cada um dos indigitados dos requisitos necessários para o exercício de tais funções, definidos na legislação em vigor", anunciou hoje em comunicado a entidade liderada por Carlos Costa.
"O Banco de Portugal também aguarda que lhe seja submetido, para avaliação, o modelo de governo interno que venha a ser aprovado em assembleia-geral", acrescentou o supervisor.
Isto, depois de ter tomado "conhecimento da informação divulgada hoje pelo Banco Espírito Santo, referente ao pedido de convocatória de assembleia-geral recebido da Espírito Santo Financial Group [ESFG], destinado a alterar os estatutos de modo a criar um novo órgão estatutário, denominado conselho estratégico".
É para este novo órgão que, caso os accionistas aprovem a proposta do ESFG, transitam os actuais administradores Ricardo Salgado, como presidente, José Manuel Espírito Santo Silva, José Maria Ricciardi, Ricardo Abecassis e Pedro Mosqueira do Amaral.
Todos estes responsáveis integram actualmente o conselho de administração do BES e vão manter-se em funções até à data da assembleia geral.
Daí em diante, se os accionistas derem luz verde às mudanças propostas, estes cinco responsáveis, que representam os cinco ramos do GES – quatro da família Espírito Santo e um de Mosqueira do Amaral -, deixam os seus cargos no conselho de administração.
Hoje, o dia ficou marcado pelo agendamento de uma assembleia-geral extraordinária do BES para 31 de Julho, na qual os accionistas serão confrontados com as propostas do principal accionista do banco, o ESFG, com 25,1%, entre as quais se destaca a saída do líder histórico Ricardo Salgado da presidência do banco.
O banqueiro deverá ser substituído na liderança da BES por Amílcar Morais Pires, actual administrador financeiro, mas não vai dizer adeus à instituição, já que deverá ficar a presidir o novo conselho estratégico do banco.
Lusa/SOL