Lima dá versões opostas sobre procuração de Rosalina

Duarte Lima deu hoje em tribunal uma versão completamente diferente da que dera em 2012, no programa Sexta às Nove, da RTP1, sobre a procuração que diz que Rosalina Ribeiro lhe terá passado em 2001.

Lima dá versões opostas sobre procuração de Rosalina

O advogado foi hoje ouvido pela segunda vez, no 5º Juízo de Instrução Criminal de Lisboa, no âmbito da carta rogatória enviada pelo Brasil, que o acusa do homicídio da ex-companheira de Tomé Feteira.

Para repudiar as acusações da polícia brasileira, que argumentava que o advogado nunca teve uma procuração de Rosalina Ribeiro para a representar, Duarte Lima respondeu então por escrito a Sandra Felgueiras, jornalista da RTP: “Quando deixou de ser necessário, devolvi-lha como é regra”.

Hoje, deu uma nova versão à juíza Cláudia Pina – que decidiu efectuar nova inquirição justamente pelo facto de, na primeira vez, o ex-deputado ter afirmado que a sua cliente lhe passara uma procuração forense, em 2001, vindo apenas a entregar dois substabelecimentos passados por advogados brasileiros, com delegação de poderes para ouvir algumas testemunhas no âmbito de uma carta rogatória e datados de 2004.

Desmentindo a primeira versão, Duarte Lima assegurou à juíza que afinal o documento ainda não sucumbiu e que o seu advogado no Brasil “ou já juntou ou está para juntar a procuração” de Rosalina Ribeiro ao processo em que é acusado do seu assassínio.

As novidades não ficam por aqui. No primeiro interrogatório, a 16 de Maio, após Duarte Lima ter-se negado a responder se declarou ou não ao Fisco os 5,2 milhões de euros que diz ter recebido de honorários da sua cliente, a procuradora da República mandou extrair uma certidão para abrir inquérito sobre esta matéria. Hoje, inquirido de novo sobre esse facto, o advogado garantiu que regularizou a situação no decurso do processo que Olímpia Feteira (filha do milionário, que lhe moveu uma queixa-crime, em 2010) e que não quisera falar inicialmente do assunto apenas por o caso estar em segredo de justiça no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).

Uma fonte deste departamento assegurou ao SOL, porém, que “pelo menos desde 2007”, em relação a todo o dinheiro que Duarte Lima fez passar por Francisco Canas (o intermediário usado pela rede Monte Branco), “não houve qualquer regularização” perante o Fisco.

felicia.cabrita@sol.pt