O advogado foi hoje ouvido pela segunda vez, no 5º Juízo de Instrução Criminal de Lisboa, no âmbito da carta rogatória enviada pelo Brasil, que o acusa do homicídio da ex-companheira de Tomé Feteira.
Para repudiar as acusações da polícia brasileira, que argumentava que o advogado nunca teve uma procuração de Rosalina Ribeiro para a representar, Duarte Lima respondeu então por escrito a Sandra Felgueiras, jornalista da RTP: “Quando deixou de ser necessário, devolvi-lha como é regra”.
Hoje, deu uma nova versão à juíza Cláudia Pina – que decidiu efectuar nova inquirição justamente pelo facto de, na primeira vez, o ex-deputado ter afirmado que a sua cliente lhe passara uma procuração forense, em 2001, vindo apenas a entregar dois substabelecimentos passados por advogados brasileiros, com delegação de poderes para ouvir algumas testemunhas no âmbito de uma carta rogatória e datados de 2004.
Desmentindo a primeira versão, Duarte Lima assegurou à juíza que afinal o documento ainda não sucumbiu e que o seu advogado no Brasil “ou já juntou ou está para juntar a procuração” de Rosalina Ribeiro ao processo em que é acusado do seu assassínio.
As novidades não ficam por aqui. No primeiro interrogatório, a 16 de Maio, após Duarte Lima ter-se negado a responder se declarou ou não ao Fisco os 5,2 milhões de euros que diz ter recebido de honorários da sua cliente, a procuradora da República mandou extrair uma certidão para abrir inquérito sobre esta matéria. Hoje, inquirido de novo sobre esse facto, o advogado garantiu que regularizou a situação no decurso do processo que Olímpia Feteira (filha do milionário, que lhe moveu uma queixa-crime, em 2010) e que não quisera falar inicialmente do assunto apenas por o caso estar em segredo de justiça no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).
Uma fonte deste departamento assegurou ao SOL, porém, que “pelo menos desde 2007”, em relação a todo o dinheiro que Duarte Lima fez passar por Francisco Canas (o intermediário usado pela rede Monte Branco), “não houve qualquer regularização” perante o Fisco.