A Espanha, detentora do título mundial e europeu, foi a primeira das 32 selecções presentes a ficar pelo caminho, logo ao sétimo dia, após a segunda derrota em outras tantas jornadas do Grupo B. No dia seguinte foi a vez de tombar a Inglaterra, campeã em 1966. E à terceira ronda coube à Itália, vencedora em 1934, 1938, 1982 e 2006, fazer as malas.
Croácia e Bósnia não fizeram melhor e Portugal também está praticamente arredado da competição.
Entre as equipas europeias que seguem para os oitavos-de-final, a Alemanha, campeã em 1954, 1974 e 1990, surge como a principal candidata a quebrar a maldição da América do Sul que assombra os países da Europa. Em seis edições do Mundial realizadas naquela região do globo, o sucesso passou sempre ao lado das selecções do Velho Continente.
França (campeã em 1998) e Holanda (ainda sem títulos) também estão a dar cartas no Brasil e são as outras esperanças do futebol europeu, que – coincidência ou não – ficou desfalcado das selecções representantes das principais ligas.
As primeiras consequências já se fizeram sentir, com o seleccionador italiano Cesare Prandelli a renunciar ao cargo, assim como o presidente da Federação, Giancarlo Abate.
Em Espanha e Inglaterra, Vicente del Bosque e Roy Hodgson estão igualmente em risco de cair. Mas enquanto o primeiro fala em «fim de ciclo» de uma geração que ganhou tudo, o segundo destaca o «futuro brilhante» de uma equipa que se apresentou no Brasil com um leque de jovens promissores.
Com o desastre espanhol no Mundial-2014, começa a ganhar dimensão outra malapata das selecções europeias.
Desde o França-98, as três equipas deste continente que se sagraram campeãs do mundo nunca passaram da fase de grupos na edição seguinte: aconteceu em 2002 com os franceses, que tinham ganho quatro anos antes na condição de anfitriões; em 2010 com a Itália, que havia levantado o troféu no Alemanha-2006; e agora com a Espanha, campeã há quatro anos na África do Sul.