Essa proverbial teimosia do seleccionador começara a fraquejar no início do jogo, quando fez alinhar William Carvalho no lugar de Veloso e Ruben Amorim no lugar de Meireles. E a Selecção respirou de outra maneira. Deu outra imagem de si. Não jogou a passo. Deu luta.
O principal problema de Paulo Bento foi partir para o Mundial com «lugares reservados» na equipa. Patrício era o guarda-redes, desse por onde desse, Veloso o médio defensivo, Meireles o médio mais adiantado, Ronaldo um dos extremos.
Ora, foi quando estas ideias feitas se desconstruíram, em parte por via das lesões, que a equipa se soltou.
Patrício talvez não devesse ter jogado. William Carvalho devia ter jogado sempre. Meireles devia ter (pelo menos) alternado com Amorim. Vieirinha e Varela deviam ter alinhado mais vezes nas alas, com Ronaldo numa posição interior. Aliás, Ronaldo não tinha condição física para partir da linha lateral a caminho da baliza.
Paulo Bento deve ser elogiado por ser um homem de convicções. Mas as convicções, desta vez, traíram-no. Apostou em jogadores nos quais fazia confiança mas que não estavam em boas condições — e não teve a lucidez suficiente para se aperceber disso a tempo.
Isto explica o fracasso.