David Cameron ainda não desistiu de forçar uma votação entre os líderes dos 28 mas Angela Merkel já veio dizer que “não será drama nenhum” se a escolha não for feita por unanimidade. Até porque a chanceler já sabe que o seu plano tem todas as garantias para ser aprovado no PE.
Para convencer os socialistas a aprovar a nomeação de Juncker para o cargo ocupado nos últimos 10 anos por Durão Barroso, o grupo do Partido Popular Europeu (PPE) deu em troca a sua aprovação a novo mandato de Martin Schulz na liderança do hemiciclo de Bruxelas. E agora foi o grupo dos Liberais, o quarto maior no PE, a anunciar a adesão ao acordo com o objectivo de “alargar as bases de uma maioria estável para a próxima Comissão Europeia”.
Uma negociação que gerou revolta entre as restantes bancadas parlamentares do PE, com verdes, conservadores e eurocépticos a apresentarem os seus próprios candidatos ao cargo que Schulz já ocupou na segunda metade da última legislatura. Isto apesar de saberem que a coligação entre populares, socialistas e liberais soma 479 dos 751 deputados, ou seja mais de uma centena de deputados acima dos 376 necessários para uma maioria parlamentar.
Comissões do PE distribuídas
Na preparação para a primeira sessão plenária do novo PE, os líderes dos partidos políticos europeus acordaram hoje a distribuição das lideranças nas 22 comissões do Parlamento. Como maior grupo, o PPE ficará com a liderança de oito comissões, incluindo Ambiente, Agricultura e Política Externa. Os socialistas terão a cargo sete comissões, incluindo a de política económica e monetária – uma reivindicação dos governantes do centro-esquerda que exigiram uma flexibilização da austeridade para apoiar a nomeação de Juncker.
Liberais e conservadores, grupo do britânico David Cameron, ficarão com duas comissões, enquanto Esquerda Unida (emprego), Verdes (transportes e turismo) e os eurocépticos de Nigel Farage (petições) terão uma comissão cada.