A agência de notação financeira Moody's anunciou na noite de quarta-feira que colocou a nota Ba3 atribuída aos depósitos e à dívida de longo prazo do Banco Espírito Santo (BES) sob revisão, com vista à sua descida, devido aos problemas na governação do banco.
Questionado pelos jornalistas sobre se esta revisão em baixa do BES poderia ter impactos negativos na imagem externa do país, o ministro da Presidência negou influências deste grupo privado.
"Sinceramente, não me parece que haja qualquer extrapolação de problemas internos de um grupo privado para o país e para a República. Havendo, como está a haver, uma actuação adequada das entidades responsáveis de regulação de mercados financeiros, quer o Banco de Portugal, quer o Banco Central Europeu, não me parece que haja qualquer problema para o país e para a imagem externa do país", afirmou o ministro.
Perante as questões dos jornalistas na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros, Marques Guedes remeteu esclarecimentos para as declarações proferidas pelo primeiro-ministro na quarta-feira, declarando apenas que o assunto "está a ser tratado onde deve ser tratado", ou seja, no Banco de Portugal.
"Julgo que é conhecido, porque já foi dito pelo senhor doutor Ricardo Salgado, que o GES tem problemas que precisa de ver resolvidos, estará a trabalhar nesse sentido, teve ocasião de nos comunicar as ideias que tem quanto à solução desses problemas — mas eu não quero fazer comentários sobre essas questões, porque elas respeitam a um grupo privado que tem os seus interesses legítimos e normais, mas que não cabem na alçada directa nem do Governo nem, neste caso, do supervisor [financeiro]", afirmou Pedro Passos Coelho aos jornalistas, durante uma inauguração de um lar de idosos, que ocorreu na quarta-feira em Sintra.
Lusa/SOL