Pintada em 1665 por Jan Vermeer, esta obra-prima foi adquirida num leilão em 1881 por pouco mais de dois florins e posteriormente doada ao museu pelo seu proprietário, que não possuía herdeiros. Já apreciada pelos especialistas, adquiriu notoriedade mundial graças ao romance homónimo de Tracy Chevalier de 1999, depois adaptado para o cinema com a actriz Scarlett Johansson no papel principal. Segundo o livro, a mulher representada na pintura seria uma empregada doméstica pela qual o artista, sobre cuja vida pouco se conhece, se apaixonou.
A renovação do Mauritshuis, um palácio mandado construir pelo aristocrata Johan Maurits em 1624 e considerado um exemplo clássico da arquitectura do Renascimento holandês, custou 30 milhões de euros. Durante o período de dois anos em que o museu esteve fechado ao público, parte das obras esteve em exposição numa sala do Gemeentemuseum, também em Haia, enquanto outra parte quebrou recordes pelo mundo fora.
A mostra das pinturas do Mauritshuis (que significa literalmente ‘Casa de Maurício’) em Tóquio foi a exposição mais visitada em todo o mundo em 2012, atraindo em média mais de 10 mil pessoas por dia. No total mais de dois milhões de pessoas viram os tesouros do museu holandês.
Além de ‘Rapariga do Brinco de Pérola’, o Mauritshuis detém pinturas célebres como a Vista de Delft, também de Vermeer, acerca da qual Proust escreveu tratar-se da “mais bela pintura do mundo”, A Lição de Anatomia do Doutor Tulp, de Rembrandt, em que se vê um cadáver a ser dissecado, ou O Pintassilgo, de Carel Fabritius. Ainda assim, a directora do museu, Emilie Gordenker, reconhece: “A Rapariga do Brinco de Pérola é um ícone, não há como negá-lo. É um grande embaixador da colecção”.