Por cada dois padres que morrem, apenas um é ordenado

Menos padres, baptismos e casamentos. É este o retrato da realidade católica portuguesa entre os anos 2007 e 2011, cujos dados mais recentes foram hoje publicados pela Conferência Episcopal Portuguesa na 23ª edição do Anuário Católico.

Por cada dois padres que morrem, apenas um é ordenado

A falta de vocações sacerdotais continua a ser um dos principais problemas da Igreja Católica. Nos cinco anos em análise, por cada dois padres que morreram, apenas um foi ordenado. Ou seja, neste período a Igreja perdeu 379 sacerdotes diocesanos (ligados às dioceses e não a ordens religiosas). Houve ainda 25 padres que abandonaram a sua missão. No total, em 2007 havia no País 2880 padres diocesanos, enquanto que em 2011 já eram só 2661, menos 7,6 por cento.

Contudo, esta quebra foi menos acentuada do que no período anterior, entre 2000 e 2006, quando o número de sacerdotes diocesanos baixou de 3159 para 2894 (menos 8,4 por cento). No domingo, o Patriarcado de Lisboa será reforçado com dois novos padres, que serão ordenados no Mosteiro dos Jerónimos.

Conferência Episcopal fala em aumento de fiéis

Os dados da Conferência Episcopal mostram ainda que os católicos passaram, neste período de 9,33 para 9,45 milhões, crescendo ainda no que diz respeito à sua percentagem na população total (de 88,1 por cento para 88,5), actualmente com 10,68 milhões de habitantes.

Um reflexo da diminuição da prática cristã é também a redução do número de baptismos, o primeiro sacramento que os crentes recebem. Em 2000 foram baptizadas mais de 92 mil crianças com menos de sete anos e em 2011 esse número ficou-se pelos 61 487. Um número que deve ser lido também à luz da queda da natalidade, uma vez que este sacramento é quase sempre recebido nos primeiros anos de vida. Contudo, estão a subir os Baptismos em idade adulta, e são já 8% do total (5541 em 2011).

A queda no número de matrimónios acompanha a tendência geral de redução de casamentos. Entre 2007 e 2012, no caso dos casamentos, estes passaram de quase 28 mil para menos de 17 mil. O Anuário refere ainda uma redução no número de crismas, o sacramento da confirmação da fé cristã.

A Igreja Católica administra, através das dioceses ou de instituições eclesiais, 24 hospitais; 136 ambulatórios e dispensários; 908 casas de idosos, doentes ou deficientes; 102 orfanatos ou centros de infância; 602 creches; 90 consultórios e centros da defesa da vida e da família; 29 centros especiais de educação ou reinserção social, bem como 496 outras instituições.

rita.carvalho@sol.pt