O primeiro dia da sessão plenária do Parlamento será marcada pela eleição do presidente da assembleia, devendo o cargo voltar a ser ocupado pelo alemão Martin Schulz, em função do tradicional acordo já estabelecido entre as duas maiores famílias políticas, o Partido Popular Europeu (PPE) e Socialistas Europeus (S&D), que contempla a “divisão” da presidência, com um socialista a ocupar o cargo nos primeiros dois anos e meio da legislatura, e uma figura do PPE a suceder-lhe em janeiro de 2017.
Também como é tradicional, outras bancadas apresentam os seus candidatos ao cargo, embora tendo escassas ou nulas hipóteses à partida, surgindo este ano pelo menos três 'outsiders' (o espanhol Pablo Iglesias, do movimento "Podemos", inserido na Esquerda Europeia, o conservador britânico Sajjad Karim e a austríaca Ulrike Lunacek, dos Verdes).
Além do presidente do Parlamento, serão eleitos os 14 vice-presidentes da assembleia para a legislatura que agora terá início, e que terá já um dos seus pontos altos daqui por duas semanas, numa segunda sessão plenária em Estrasburgo, com a eleição do futuro presidente da Comissão Europeia, indo a votos o nome do luxemburguês Jean-Claude Juncker, designado na passada sexta-feira pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia.
O primeiro dia de trabalhos da sessão plenária do Parlamento Europeu deverá ser ocupado pela eleição do novo presidente, num processo que poderá ter até quatro voltas, e pela eleição dos 14 vice-presidentes do Parlamento Europeu e dos cinco 'quaestors', principais responsáveis pelas questões administrativas e financeiras da instituição.
Nesta primeira sessão, destaque também para três debates, com a participação do ainda presidente da Comissão, José Manuel Durão Barroso, designadamente sobre os resultados do Conselho Europeu da semana passada (no qual foi então confirmado o nome de Juncker para o executivo comunitário), e ainda um de balanço da presidência grega da União Europeia (UE) no primeiro semestre do ano (com o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras), e outro de apresentação da presidência rotativa de Itália no segundo semestre (com o chefe de Governo italiano, Matteo Renzi).
Entre os 751 eurodeputados da nova legislatura, 21 são portugueses, que irão ficar repartidos por quatro famílias políticas: os oito eleitos pelo PS integrarão o grupo dos Socialistas Europeus (o segundo maior grupo, para já com 191 deputados), os sete eleitos da Aliança Portugal, coligação formada por PSD e CDS-PP, fazem parte do PPE, que se mantém como a principal força (221 deputados), enquanto os três deputados da CDU e a deputada eleita pelo Bloco de Esquerda estão junto na bancada da Esquerda Unitária, e os dois deputados eleitos pelo Movimento Partido da Terra (MPT) vão integrar a bancada dos Liberais.
Mais de metade dos eurodeputados portugueses (11 em 21) vão sentar-se pela primeira vez no hemiciclo europeu.
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Lista dos 21 deputados portugueses eleitos para o Parlamento Europeu (2014-2020)
– PS
Francisco Assis
Maria João Rodrigues
Carlos Zorrinho
Elisa Ferreira
Ricardo Serrão Santos
Ana Gomes
Pedro Silva Pereira
Liliana Góis
– PSD e CDS-PP (Aliança Portugal)
Paulo Rangel
Fernando Ruas
Sofia Ribeiro
Nuno Melo (CDS)
Carlos Coelho
Cláudia Aguiar
José Manuel Fernandes
– CDU
João Ferreira
Inês Zuber
Miguel Lopes Viegas
– MPT
Marinho Pinto
José Inácio Faria
– Bloco de Esquerda
Marisa Matias
Lusa / SOL