Estas conclusões são do Inquérito à Fecundidade 2013, realizado entre Janeiro e Abril do ano passado e publicado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O estudo, efectuado em parceria com a Fundação Francisco Manuel dos Santos, teve por base uma mostra representativa de mulheres, entre os 18 e os 49 anos, e de homens, entre os 18 e 54 anos, residentes em Portugal.
Portugal apresenta-se como um dos países com menor Índice Sintético de Fecundidade (IST) quando comparado com a média Europeia. Desde o início da década de 80 que os desejados 2,1 filhos por mulher têm vindo a diminuir: actualmente, o valor não vai além de 1,28 filhos por mulher, enquanto países como Irlanda e França ultrapassam os dois filhos.
As portuguesas com idades entre os 18 e os 49 anos e os portugueses entre os 18 e os 54 anos têm, em média 1,03 filhos e pensam vir a ter no máximo 1,78 filhos. No entanto, ao analisarmos as setes regiões do país – Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira –, constatamos que aquele valor é inferior ao número médio de filhos desejados, sendo que os inquiridos apresentam como número ideal 2,31 filhos. Apesar disso, apenas 22% das mulheres e 20% dos homens pensam vir a ter filhos nos próximos três anos.
Os contextos sociais, económicos e culturais são os factores apontados como decisivos para o número de filhos a ter pelos casais – sendo que quase 100% dos inquiridos defendem a adopção de medidas de apoio à natalidade, com destaque para o aumento dos salários.