“A associação negativa aos Espírito Santo, através de um investimento elevado em papel comercial da Rioforte e a quebra de um nível técnico estão na origem da desvalorização substancial da acção da PT”, explicou ao SOL Steven Santos, gestor da XTB.
Esta queda surge no mesmo dia da renúncia dos representantes da Oi na administração da PT – Fernando Magalhães Portella e Otávio Marques de Azevedo. O anúncio parece ter sido encarado pelo mercado como um sinal de desconforto da Oi em relação ao investimento que a operadora portuguesa efectuou em dívida do Grupo Espírito Santo.
Ontem a empresa liderada por Henrique Granadeiro confirmou, num comunicado enviado à CMVM, que tem 897 milhões de euros de papel comercial da Rioforte, entidade da família Espírito Santo, dono do seu principal accionista.
No mesmo documento, a PT anunciou ainda que a maior parte dessa aplicação vence a 15 de Julho. São 847 milhões de euros que a Rioforte tem de reembolsar até essa data, tendo os restantes 50 milhões maturidade a 17 de Julho.
“A PT está a ser envolvida na onda pessimista que tem afectado os activos relacionados com os Espírito Santo, sobretudo o BES e a ESFG”, sublinha Steven Santos. “Em termos técnicos”, continua “a acção da PT caiu abaixo do importante suporte nos 2,57 euros, o que levou a uma queda rápida até aos níveis de 1996”.
Recorde-se que no dia 28 de Abril os activos da PT, incluindo a dívida de curto-prazo a receber da Riofrote, foram entregues à brasileira Oi no âmbito do processa da fusão entre as duas operadoras.