Paulo Portas assumiu esta posição no encerramento do debate sobre o estado da Nação, na Assembleia da República, num discurso em que defendeu que Portugal melhorou em relação ao ano passado, destacando a conclusão do programa de resgate, e pediu à oposição que não negue os factos.
"Reconheçamos o óbvio: melhorámos enquanto economia, mas precisamos de melhorar mais se sonhamos com um Portugal que seja visto, vivido e sentido como uma sociedade de oportunidades", considerou.
Em seguida, o vice-primeiro-ministro referiu que o Governo pretende "melhorar o salário mínimo nacional numa negociação equilibrada que não deixe de atender também às questões da produtividade", quer alterar a contribuição sobre as pensões de forma a "recuperar substancialmente o rendimento dos pensionistas" e fazer "um caminho gradual" de reposição dos cortes nos salários do sector público.
De acordo com Paulo Portas, aplica-se a estas mudanças o dito popular segundo o qual "mais vale um pássaro na mão do que dois a voar".
"É razoável, e o razoável, depois de tanta excepção, é verdadeiramente um ganho. Temos esperança que estas medidas não gerem controvérsia. Fazem bem a muita gente", acrescentou.
O também presidente do CDS-PP terminou o seu discurso citando a poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen, cujos restos mortais vão hoje ser trasladados para o Panteão Nacional: "Quando a pátria que temos não a temos. Assim, desta forma ampla, exacta e, sobretudo, bonita se referiu Sophia, noutras circunstâncias, ao valor que no fim do dia nos unirá a todos".
"Portugal, essa história inesperada e esse projecto inacabado só pode ser cumprido em liberdade se nenhum de nós renunciar à ideia de justiça. Creio sinceramente que não há tempo a perder", concluiu Paulo Portas.
Lusa/SOL